Esse Julinho Mendes é que é o nosso verdadeiro Super-Herói. Defensor dos pobres e oprimidos. A criptonita dele é o escaldado de gonguito com banana verde. Afrouxa, amolece, dá-lhe uma leseira danada. E não é só na luta social que o JM atua, não. Faz mais por Ubatuba na área cultural — e sem ter recursos do erário — do que todo aquele aparato burocrático ineficiente da Fundart (Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba). Exemplo disso é o CD que ele gravou — de excelente qualidade, por sinal —, com dinheiro do próprio bolso e ajuda de amigos, narrando e cantando a história do Boi de Concha.

Outro dia, numa matéria aqui n’O Guaruçá, o nosso Super-Herói deu prova disso, meteu bronca na Guarda Municipal e na Polícia Militar por causa do roubo de mais uma bicicleta no centro da cidade. Segundo JM, há uma quadrilha especializada atuando nas barbas dos nossos policiais. Não, não vou recordar os tempos em que se respeitava o patrimônio alheio, mas lembrei-me de um caso não muito antigo, contado pelo G., sobre o furto de um toca-fitas de seu automóvel pelo P., que na época fazia de tudo um pouco, inclusive pequenos furtos, para comprar maconha. Quando G. soube do furto, na hora pensou em P. Foi procurá-lo. "Pô P., a gente se conhece há tanto tempo, cara! Fazer isso comigo!..." e blablablá. No dia seguinte, o toca-fitas estava reinstalado no carango do G. Mas hoje não, hoje a coisa tá feia. Na verdade, patrimônio de pobre não merece atenção não é só de policiais, não. A coisa começa lá em cima, no planalto central. Se os 40 e tantos por cento de carga tributária fossem reduzidos, o sujeito que teve a bicicleta roubada teria condições de comprar outra. Menos tributos, mais dinheiro no bolso da população. Essa a verdadeira distribuição de renda que os estúpidos socialistas odeiam.

Voltando ao JM, só não entendi, na matéria dele, aquele negócio do amigo (do amigo dele) ficar de bunda calejada por andar de bicicleta. Precisa ser mais bem explicitado. É assunto para um calipigiólogo. Se o Toninho Xerife estivesse vivo, talvez pudesse se manifestar com a sapiência que lhe era peculiar nesse tipo de matéria. Quando penso em bicicletas, me vem logo ao bestunto o professor Lauristano Olinto de Carvalho e os irmãos Rodolfo e Lindolfo Pereira. Na época deles, em boa parte das casas, na madrugada, podia-se ouvir, das ondas do mar, o embate nas costeiras ou o seu espraiar na baía da cidade. Hoje, ouve-se, por tudo que é canto, os ruídos dos automóveis. Unamo-nos, pois, ao Julinho Mendes na defesa das bicicletas!