Julinho Mendes | |
A nossa ortografia recém-revisada, entre tantas coisas modificadas, acabou com o pingo no "u", no caso, o "trema". Deveria acabar também com o pingo no "i". Pra que pingar o "i"? Pingo no "i" só serve para gastar tinta e estragar bico de caneta. Além do mais, um "i" sem o pingo fica muito mais bonito, tira a impressão de ser um palito de fósforo no meio das palavras. Existe ainda uma crueldade: se o "I" maiúsculo não carrega o pingo, porque o "i" minúsculo tem que carregar esse peso na cabeça? Se fosse o contrário ainda daria para entender, pois o I maiúsculo é muito mais forte. Isso é mesmo coisa de português. O bicho é complicado! Parece repartição pública: se pode complicar, para que facilitar? Não sabemos quando a nossa ortografia será revisada novamente, mas desde já fica aqui a minha sugestão: acabar com o pingo no "i" minúsculo. Mudando de assunto, mas usando o mesmo assunto, e sendo contraditório comigo mesmo, eu que sou contra o pingo no "i", gostaria agora, de colocar os pingos nos "is". Na verdade foi uma reclamação de um conhecido meu, diga-se de passagem, compositor e interprete de marchinhas carnavalescas, que me ligou relatando o seguinte: - Julinho, você viu a pauta da sessão de Câmara da terça-feira, dia 10, em que mais um nobre edil dá moção de congratulações à turma do “pudê”? Respondi que não, mas que ia averiguar. E fiz a averiguação. Éééé! Não vou falar que foi mais um ato de bajulação e não vou dizer que o homenageado não merece tal moção. Mas colocando os pingos nos "is", a pedido do amigo compositor que me ligou reclamando, penso o seguinte: “Se eu fosse vereador e se eu pensasse um pouquinho, convocaria meus três (ou quatro?) assessores, discutiria a idéia, aí sim daria a moção de congratulação pelo IV Festival de Marchinhas Carnavalescas de Ubatuba, primeirissimamente aos compositores e interpretes que há quatro anos fazem o festival acontecer; depois eu daria aos músicos da banda Maestro Pedrinho que não medem esforços para fazerem os arranjos, ensaios e acompanhamento com os interpretes no festival; em seguida daria ao assessor cultural e funcionários que montaram toda estrutura e por fim ao presidente daquela casa, nunca alterando essa ordem e nunca fazendo média a um só, pela simples razão de que funcionário publico é remunerado para exercer suas funções. Mas...” Pela falta de idéias e de projetos que venham ao encontro dos anseios da população, pelas moções e orelhões já apresentados nessa nova legislatura, troco o projeto “Preservar para viver”, por uma cesta básica para ser doada, desta vez, ao lar do menor. Como estou ouvindo rumores que vão destruir aquele belíssimo bosque junto ao trevo de Taubaté, frente ao Motel Love Beach, para alargar a rodovia BR-101, o projeto “Preservar para viver” é o seguinte: Tornar aquele bosque, patrimônio da humanidade, “imexível”, transformando-o em ponto de cultura e turismo. Identificar a espécie de cada árvore e junto, numa plaquinha, colocar ainda uma poesia de poetas da cidade como: João Barreto, Idalina Graça, João de Souza, Seu Filhinho, Zé do Orestes, Silmara Retti, BIP, Jobàn, Fernanda Liberal, Bado Todão, Dirce Marangoni, Flávio Girão, José Carlos Góis, Mariza Taguada e tantos outros. Iluminar o local para evitar possíveis assaltos noturnos, colocar bancos para leitura diurna. Ali, em toda manhã de domingo, programar um movimento cultural: exposição de pinturas, artesanato, música, dança, teatro ou até mesmo um orquidário, viveiro de árvores nativas etc., com palestras aos alunos do ensino fundamental de nossas escolas.
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