Adoro o tal de aquecimento do planeta. Dá uma preguiça danada. Calor e chuva. As couves da horta lá no fundo do quintal não estão nem aí com o aquecimento global. Que venha sol! Como diria o Jurabelo, radialista amigo do Manda-Chuva. Falando em rádio, tenho ouvido a Gaivota. A melhor rádio do mundo. Não tem locutores para ficar dizendo aquelas abobrinhas padrão em nossos ouvidos. Ah, dirão vocês, tem o Russo. Bem, toda regra tem sua excreção. O Russo, além de amigo, é o maior fã do Czar. Outro dia, terça-feira, à noite, sintonizei a Gaivota. Havia um coral cantando um refrão: aprovo, aprovo, aprovo, aprovo... Pensei que era algum tipo de música gospel. Desliguei. Ah, Ubatuba! Quanto mais cresces, menor ficas! O que é lugar para um, é para outro desterro. Na próxima encarnação quero nascer filho de metalúrgico. O Julinho Mendes, primo da patroa e amigo de longa data, é feio. Feio. Só falta um decreto municipal para oficializar: “Art. 1º- Fica estabelecido, no âmbito do município e amparado no Código de Postura Estética Municipal, que o Senhor Júlio César Mendes é um cidadão feio, impedido de relacionar-se em quaisquer repartições do Poder Executivo Municipal”. Quem mandou nascer feio! Não adianta ser bonito só por dentro, meu caro. Se você fosse evangélico... Mas só quer saber de boi-de-concha, de carnaval... Onde já se viu! Se ao menos tivesse o magnetismo, o glamour do Rizzo... Aproveito estes dias para ficar na rede de olho no neto peralta ou assistindo, no computador, aos filmes que a Locadora LRM tem me cedido gentil e gratuitamente. Assisti a um bocado deles. Recomendo: The Reader, com a Kate Winslet; Vicky Cristina Barcelona, do Woody Allen: a Scarlett Johansson está deslumbrante. O mesmo digo da Penélope Cruz, no filme Elegy, baseado no livro Dying Animal, do grande Philip Roth. Brideshead Revisited é bom pacas! Também baseado em livro, o do Ewelyn Waugh. Ia me esquecendo do Eichmann – A solução final. Há uns dizeres no epílogo do filme que servem aos políticos que não toleram oposições, que não sabem conviver com a crítica, com as diferenças: Só a democracia, só ela pode nos salvar de pessoas como Adolf Eichmann, que só podem crescer numa ditadura de esquerda ou de direita. Há muitos Eichmann por aí, em estado latente. É mais ou menos isso. Eichmann foi quem criou o programa nazista Solução Final que exterminou cerca de seis milhões de judeus. Ai, calor danado! Vou é pra rede, mano.
Nota do Editor: Eduardo Antonio de Souza Netto [1952 - 2012], caiçara, prosador (nas horas vácuas) de Ubatuba, para Ubatuba et orbi.
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