Em resposta ao ouvinte indignado (ou indignada) com os radialistas da rádio Costa Azul, na matéria “Mensagem à rádio Costa Azul”, no qual cita o meu nome; Agradeço os elogios que fez ao extinto programa “Fogão de Lenha”, do qual eu fazia parte juntamente com João Barreto, Marisa Taguada, Aninha Fernandes, Luiz Ballio, dona Nena e com os saudosos companheiros Clementino Soares e João de Souza. Obrigado pelas palavras: “muito legal e gostoso de se ouvir aos sábados”. Assim que terminamos com o programa, muitas pessoas, sentidas, questionaram o porque do seu encerramento. Lógico que um a um, cada um de nós fomos dando as respostas aos ouvintes do nosso programa. Aproveitando o momento, venho, até em nome dos demais, responder o porque do fim do programa “Fogão de Lenha”, nos sábados, na rádio Costa Azul. O motivo maior foram as perdas (falecimentos), primeiro do companheiro Clementino Soares e em seguida do gloriosos poeta do pé rachado João de Souza, pessoas que sentimos muitas saudades. Sem a alegria desses “personagens” com suas sabedorias, suas experiências de vidas, suas histórias... nós sentimos um enorme vazio e fomos perdendo o encanto e prazer em fazer o programa. Até tentamos levar sem eles, mas juntando isso mais a falta de estruturação da rádio, resolvemos por bem dar um tempo, refletir e deixar refletirem sobre nosso trabalho cultural e pedagógico voluntário na rádio. A reflexão, por parte de nossos ouvintes, foi imediata através de sentimentos e lamentos da perda de uma coisa boa. A nossa reflexão também foi feita e vimos que, em se tratando de cultura, nossa municipalidade está abaixo de zero: não valoriza arte, não valoriza seus artistas e não valoriza as coisas boas da nossa terra caiçara. O “Fogão de Lenha” tinha como proposta divulgar os mais diversos aspectos da cultura caiçara. O projeto foi criado e iniciado, em 2000, pelo radialista Tony Luiz, que abriu a porta da rádio para falarmos da nossa gente, da nossa culinária, das nossas histórias, do nosso passado... Nesse tempo todo, os “agentes municipais” de turismo e cultura, nunca nos deram valor. Esperamos que a política mude e que novos gestores venham com uma visão de desenvolvimento turístico, cultural e social, através das coisas da nossa terra. A hora que nos for dado valor, reacenderemos a lenha do nosso velho fogão caiçara. Quanto ao pronunciamento do(a) ouvinte indignado(a), a minha opinião é que: a rádio, com seus donos e seus radialistas, precisa ter muita cautela, pois não é só a “municipalidade” que paga pelos seus serviços, existem também as empresas e empresários. Existe ainda, principalmente, os ouvintes, e é para esses que empresas e empresários investem em propaganda. Rádio Costa Azul, você faz parte da vida de nossa cidade. Não se deixe morrer pelas mãos de seus donos! Afinal, quem são seus donos?
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