Dois casos vou contar. Acredito até que tenham sido brincadeiras, mas até hoje comentam nas rodas sobre assuntos políticos. O primeiro é o seguinte:

Na época em que se iniciava o processo de preservação do CASARÃO DO PORTO, pelo CONDEPHAAT, um repórter, entrevistando um certo vereador sobre o assunto, fez a seguinte pergunta:

- Senhor vereador, o que o senhor acha sobre o tombamento do CASARÃO?

Respondeu o nobre edil:

- Acho ótimo, aquela porcaria tá velha demais e poderá, a qualquer hora, cair na cabeça de algum infeliz, então vamos tombar e construir um prédio novo no local!

Onde já se viu uma coisa dessas!

Um outro fato, também pitoresco, foi quando reformavam a estrada de ligação Ubatuba-Taubaté e, logicamente, por motivos de segurança, a cada trecho da estrada lia-se a placa: EM OBRAS EM OBRAS EM OBRAS...

Aconteceu que certo vereador, viajando numa comitiva política para Taubaté, fez o seguinte comentário para seus companheiros:

- Olha meus amigos, eu já ouvi falar em Petrobras, Avibras, Veibras, Telebrás... mas essa tal de EMOBRAS eu nunca ouvi falar, nem em rádio e nem na televisão, acho que é mais um cabidão do governo!!!

Pois é! Casos como esses dariam um livro.

Mais uma vez iremos às urnas e é só ligar o rádio, a televisão, abrir o jornal para ler e ouvir a mensagem: “VOTE CERTO, VOTE CONSCIENTE”. Esta é uma frase fácil de falar, mas difícil de executar. O que é o certo e o consciente, que tanto os intelectuais como os incultos, muito falam? O que é o certo e o consciente, diante das barbaridades políticas que acontecem por esse Brasil afora e até dentro de uma pequena cidade como Ubatuba? Será que não somos certos e nem conscientes? Somos sim! Quem não os são, são eles!!!

Certa vez votei collorido, pensando que estava certo e consciente (efeito de propaganda enganosa de rádio e jornal), o cara me confiscou o dinheiro, fez a maior trapalhada e foi cassado. Confiei nos daqui também e o que me fazem ver não me agrada em nada. Então eu pergunto: “O que é o certo e o consciente?” O que mais me impressiona e me deixa abestado é justamente a falta de memória e de consciência desse povo (povo brasileiro). O que acontece com esse povo que esquece do passado político da cidade ou do país? Não sei dizer! Posso presumir que seja por causa das promessas, por causa de emprego ou cargo, ou uma camiseta, bonezinho, cesta básica, enfim, conversas hábeis e tapinhas nas costas que fazem virar a cabeça de qualquer um.

Pois é! O que fazer: votar ou não votar? Não votar seria pior. Embora as opções sejam limitadas, votar é o correto. A propaganda que o governo vem fazendo na televisão é de que não devemos perder a passagem do cometa, nem do trem. Votar em nego que usa da força do poder e do dinheiro para de eleger (ou reeleger), é perder a oportunidade de atravessar a passagem na hora certa. Votar em nego que compra parcerias é a mesma coisa que perder a passagem de um cometa, pois os dinheiros de nossos impostos, certamente, durante quatro anos, não serão usados para o bem comum e geral da cidade de dos cidadãos, pois os comprometimentos serão em prol desses acordos e para beneficiar os de fora.

A responsabilidade de deixar ou renovar é nossa, é da massa que se miscigena numa mistura do pobre-inculto com o rico-intelectual e do rico-analfabeto com pobre-intelectual, enfim, massa que por uma razão ou outra acredita no seu candidato, mesmo achando que ele rouba, mas faz, ou então, não faz, mas não rouba.

Que situação brava! Será que nunca teremos aquele que fez e não roubou???

Votar consciente é nossa responsabilidade, corresponder ao nosso voto será responsabilidade de quem se eleger e o restante... só o amanhã dirá.