Uma chuvinha no domingo para dar de beber ao solo que andava esturricado e às duas goiabeiras que tenho no quintal de casa. Não, não tem nada a haver com ambientalismos ou ecochatices. É que as danadas dão umas goiabas deliciosas. Os pés ficam carregados. Os galhos chegam a derrear com tantas goiabas. Ano passado tiramos sacoladas. Natureza para mim é isso, meio, e não fim, mesmo para a contemplação. Falando em chuva oportuna, passo a uma tormenta desastrosa. Vi na CNN uma reportagem em que aparece o Fidel Castro fossilizado naquela ridícula farda verde, gesticulando, espalhando perdigotos, falando, ou melhor, discursando sobre o furacão Ivan que, neste momento, está se aproximando da ilha presídio. Como se um furacão pudesse causar mais danos ao povo cubano do que o desastroso e criminoso regime de Fidel, tão admirado pelas nossas esquerdas. Fiquei sabendo também que a UNESCO (argh!) fez uma pesquisa para saber se os jovens são felizes ou não. Dos entrevistados, 43% responderam que sim e que devem isso às suas famílias, ao fato de pertencerem a uma família. Sim, a família, essa instituição burguesa tão execrada por certas ideologias que pretendem que o Estado onipresente a substitua. A felicidade, talvez para espanto dos sociólogos e engenheiros sociais de plantão, não está no consumismo nem em ser correligionário do PT (partido do talibã). Fico por aqui, o almoço tá na mesa. Coisa de família, guloseima da alma.
Nota do Editor: Eduardo Antonio de Souza Netto [1952 - 2012], caiçara, prosador (nas horas vácuas) de Ubatuba, para Ubatuba et orbi.
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