O turismo é o maior filão econômico em nosso município. A exploração correta desta fonte dará o fôlego que nossa população tanto precisa. Exploração do turismo, não dos turistas. Todos devemos atentar para a diferença. Uma política consubstanciada em um Plano Diretor de Turismo fará com que possamos, de forma planejada, alcançar patamares de desenvolvimento (quantitativo e qualitativo) até agora impossíveis. Hoje, uma série de eventos são feitos de afogadilho, sem sequer termos um Calendário Anual de Eventos divulgado e cumprido. Falta planejamento, ou melhor, falta tudo. A necessidade da criação de um Conselho Municipal de Turismo se dará a partir da existência de uma política de turismo, sem isso é totalmente dispensável, insipiente e teríamos a impressão de que estão de olho na gestão do Fundo Municipal de Turismo. O que me faz lembrar o ditado: "Farinha pouca, meu pirão primeiro". A administração municipal precisa fazer a sua parte. Resgatar a auto-estima da população oferecendo educação, saúde e segurança; prover o município da infra-estrutura necessária para o desenvolvimento social (o turístico será conseqüência); investir na cultura caiçara propiciando sua evolução; promover as ações necessárias à captação de investimentos de porte e qualidade; dar incentivos fiscais. Estes são requisitos indispensáveis à transformação de Ubatuba em uma cidade realmente turística. Sem o paternalismo que norteia as ações do governo que serve única e exclusivamente para a manutenção do estado de coisas a que estamos submetidos, à iniciativa privada caberá fazer a sua parte. Só com governantes capazes, desprovidos de interesses pessoais e sem as mancomunagens políticas perniciosas que regem nosso dia-a-dia poderemos, finalmente, almejar o lugar que nos é de direito. Enquanto isto não acontece, vemos a situação de desmazelo em que se encontra o município e, temo o destino que nos é reservado pela falta de iniciativas. Isto me faz acreditar que foi ironia do vereador Charles Medeiros afirmar, na 27ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal, que Hans Staden foi o primeiro turista de Ubatuba. Será nosso destino "capturar turistas", trazê-los e mantê-los contra a vontade, como foi feito com Hans Staden? Renato Nunes se equivocou, a maldição que pesa sobre Ubatuba foi colocada por Hans Staden e não por Cunhambebe. Sabendo disto e para tentar nos redimir, Charles Medeiros, propôs a instituição da Semana Hans Staden em homenagem ao prisioneiro dos Tupinambá. Haja purgação!
Nota do Editor: Luiz Roberto de Moura é engenheiro civil e consultor de informática. Iniciou no jornalismo em 1970 como colaborador da Folha da Baixada. Na administração pública, em Ubatuba, dirigiu várias secretarias municipais. É o responsável pelo UbaWeb - O Portal de Ubatuba.
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