| Emilio Campi | | | | Osmar de Souza dando posse a Eduardo César como prefeito de Ubatuba. |
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O cenário político de Ubatuba começa a ser delineado. 2005, em seu primeiro dia, mostra que teremos mudanças. Se o enredo continuar nesta linha, este será um ano tumultuado na política local. A peça teve início com o vereador reeleito Osmar de Souza (PFL) querendo ser empossado indevidamente, contrariando o Regimento Interno da Câmara Municipal de Ubatuba que determina a apresentação da Declaração de Bens, por todos os candidatos a serem empossados, com pelo menos 24 horas de antecedência da posse. Osmar não é empossado. O recinto da Câmara estava lotado e para colocar lenha na fogueira, Domingos dos Santos (PT), vice-prefeito eleito, nega-se, de modo intempestivo, a tomar posse sem que Osmar também o faça. Aqui cabe este aparte: "Quando da diplomação dos eleitos, por determinação judicial, Silvio Marcio de Paula (PTB) é diplomado em vez de Cláudio Francisco Gulli (PMDB). Em 28 de dezembro de 2004, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo torna sem efeito a diplomação de Silvio. Como Gulli não foi diplomado, deduz-se que não poderá tomar posse, ficando assim, momentaneamente, a Câmara Municipal com 9 (nove) vereadores." Com o tumulto provocado pela platéia, criou-se uma situação em que Gerson de Oliveira (PMDB), presidente da Câmara para dirigir os trabalhos da posse dos eleitos no pleito de 2004 e eleição da nova mesa da Casa, por ter sido o vereador mais votado, resolve, em razão da segurança, encerrar os trabalhos e convocar nova sessão para as 18 horas onde daria prosseguimento à posse e eleição. Após a saída da maioria dos vereadores do plenário da Câmara ocorre um feito inédito: o vereador Edílson Félix (PSC) reabre a sessão, dá posse a Osmar de Souza que por ter sido o segundo mais votado e na ausência de Gerson de Oliveira, sob aura orientação, passa a presidir nomeando Edílson como secretário. Para completar a balburdia, é dada posse a Eduardo César como prefeito de Ubatuba. Eduardo, "empossado", dirige-se ao prédio da prefeitura e é recebido como prefeito pelos antigos "moradores" do Paço Municipal que após recepcioná-lo deixam-lhe a nova casa. Muitos fatos, com certeza, estão deixando de ser mencionados, pois a veracidade dos mesmos está comprometida. São muitos os boatos. Cada um fala uma coisa. Ânimos acalmados e com a orientação de pessoas sensatas, Eduardo César entra em contato com Gerson de Oliveira que juntamente com os vereadores, às 16 horas, dão-lhe a posse devida, comprovando assim a nulidade da anterior. Hoje, às 16 horas, agora dentro do disposto pelo Regimento Interno da Câmara, se dará a real posse ao vereador Osmar e se fará a eleição para a nova mesa que comandará, por um ano, a Câmara Municipal de Ubatuba. Não vou, aqui, demonstrar os cálculos que fiz, mas ouso dizer que eles me levam a crer que o novo presidente da Câmara será Jairo dos Santos (PT), irmão do vice-prefeito. Se tudo isto não passou de uma bem sucedida manobra para dar ao PT a presidência da Câmara, só saberemos com o tempo.
Nota do Editor: Luiz Roberto de Moura é engenheiro civil e consultor de informática. Iniciou no jornalismo em 1970 como colaborador da Folha da Baixada. Na administração pública, em Ubatuba, dirigiu várias secretarias municipais. É o responsável pelo UbaWeb - O Portal de Ubatuba.
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