Luiz Moura | |
Com um diretor-presidente relapso é impossível ficar sem escrever sobre os incidentes que ocorrem na Fundart (Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba). O caso mais recente aconteceu na última Reunião Ordinária (?) do Conselho Deliberativo (segunda-feira, 25/10). Inexplicavelmente, sem a presença do Assessor Administrativo da Fundação e de um estudo de impacto sobre o orçamento, como se o dinheiro público pudesse ser usado ao bel-prazer de "iluminados", o diretor-presidente sugeriu ao Conselho Deliberativo um aumento nos salários dos funcionários da Fundação. Um aumento superior ao aprovado, pelo Legislativo, para os funcionários municipais. Acentuando meu espanto, o bancário petista, afirmou não saber quanto o orçamento da entidade suportaria e propôs que o Conselho aprovasse um percentual (por ele) ainda não decidido, mas acima de 5 e inferior ou igual a 10%. Mais tarde, conversando com os seus assessores, decidiria qual seria o percentual a ser aplicado aos salários dos funcionários da Fundação. Tentei argumentar, mas de modo autoritário o diretor-presidente aventou que eu, "como sempre", estava querendo tumultuar a reunião. Por mais incrível que possa parecer e baseado em "achismos" dos tempos de antão o Conselho Deliberativo da Fundart aprovou a hilariante proposta que fere a isonomia salarial existente no serviço público municipal. Não é uma questão de merecimento, mas de cumprimento da legislação. Há tempos solicito a elaboração de estudos para embasar o plano de carreira dos funcionários da Fundação, mas nada foi feito em quase dois anos. Já propus inclusive a inserção de benefícios que outros funcionários municipais têm, mas até isso a Diretoria Executiva da Fundart insiste em desconhecer. E agora, nos estertores de seu mandato, o diretor-presidente quer "dar uma de bonzinho" e para tal utiliza-se de dinheiro público. Uma vez eu disse ao prefeito Eduardo César que lhe falta uma equipe coesa para que possa bem administrar Ubatuba. As atitudes de Martiniano Nelson Viana justificam meu alerta. Por suas palavras e atos tenho a impressão que o bancário petista "joga em outro time". Fica aqui mais um alerta ao prefeito, com um pedido de intervenção, para que os funcionários da Fundart não venham sofrer prejuízos pelas ações desconexas de seus gestores e também para que tais atos não recaiam sobre sua administração.
Nota do Editor: Luiz Roberto de Moura é engenheiro civil e consultor de informática. Iniciou no jornalismo em 1970 como colaborador da Folha da Baixada. Na administração pública, em Ubatuba, dirigiu várias secretarias municipais. É o responsável pelo UbaWeb - O Portal de Ubatuba.
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