Os "candidatos a candidatos" ao cargo de prefeito para as próximas eleições nada falam sobre os problemas que vêm acontecendo em Ubatuba. Dão a impressão de terem descoberto que Eduardo César (?) se afundará sozinho, não sendo necessário ficar "queimando cartuchos" à toa (em lugar do "à toa" eu poderia ter utilizado o termo "à Tuzino"). Sempre escuto Eduardo César, em seus discursos, questionar sobre ter que consertar os problemas que acompanham Ubatuba há décadas, como se isso não fosse de sua alçada. Gostaria de lembrá-lo que foi para isto que teve os votos que o elegeram. Renegar este trabalho será se igualar ao seu antecessor. Todos sabem que passou 2005 (primeiro ano de seu mandato) preocupado em terminar o curso na Faculdade de Direito, em Caraguatatuba. Este ano (2006) saiu a campo como se fosse um vereador candidato ao cargo de prefeito. Enquanto isso, aguardamos o início de uma administração que faça a diferença, mas não com palavras... A população de Ubatuba, juntamente com os "candidatos a candidatos", acompanharam este ano, dois flagrantes desrespeitos para com as determinações judiciais: um pelos "quiosqueiros" da praia Grande quando continuaram (e continuam) a executar as obras embargadas e o outro por uma construtora, contratada pelo poder Executivo, ao concluir as fundações da "feirinha de produtos afins", na avenida Iperoig. Em ambos, a administração do "nunca antes" cruzou os braços, não contribuindo com o determinado pela Justiça. Tenho a impressão, no caso da feirinha, que componentes do "primeiro escalão" da Prefeitura, como nunca antes, colaboraram com o desfecho atual. Congelamento de áreas, retirada da amendoeira do Cruzeiro, fechamento/reabertura da Comtur, pedidos de cassação de vereadores e do prefeito, crime ambiental na praia do Itaguá, denúncias de superfaturamento na administração atual e na passada, caça à bruxas, desvios de dinheiro da folha de pagamento da Prefeitura, terceirização da merenda escolar, o caso "Setur versus Carnaval no Aeroporto", incompetência na gestão da Fundart (Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba), intervenção do Executivo na Santa Casa, suspeitas de nepotismo no Executivo e Legislativo, a quantidade de mendigos na cidade, os guardadores de carros, suspeitas na gestão da Fundac, falta de planejamento na administração municipal, impossibilidade da elaboração de um novo Plano Diretor, tentativa de controle dos Conselhos Municipais, são alguns dos assuntos sobre os quais os "candidatos a candidatos" permanecem calados. Dia atrás, escutei um mais afoito professar: "Não chuto cachorro morto". Outros afirmam não ser necessário perder tempo com a "administração do desgaste". O peixe morrerá pela boca, afirmam confiantes. O que vejo é a concretização do pensamento dos "candidatos a candidatos". A certeza é tão grande que a vontade de ser "o próximo" vem atacando um número muito grande de pessoas. Resta saber se é para o bem do município... * Com o silêncio dos “candidatos a candidatos”, opositores naturais, não comentando os problemas do município, me considero um amigo da atual administração. Afinal, alerto-a continuamente, possibilitando o conhecimento de problemas que passam despercebidos aos responsáveis em solucioná-los.
Nota do Editor: Luiz Roberto de Moura é engenheiro civil e consultor de informática. Iniciou no jornalismo em 1970 como colaborador da Folha da Baixada. Na administração pública, em Ubatuba, dirigiu várias secretarias municipais. É o responsável pelo UbaWeb - O Portal de Ubatuba.
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