· Taxi Boat: a vela, a mídia e o patrocínio
Ricardo Faria e Lano Brito
articulista@ubaweb.com
Antes de mais nada, é necessário enxergar que o patrocínio e a mídia são inseparáveis, formam um par perfeito num casamento indissolúvel. E quem desejar ser apadrinhado por essa dupla dinâmica tem sempre que afirmar para o patrocínio que tem apoio da mídia e para essa que patrocínio jamais vai faltar.
As competições de vela, cresceram muito. Talvez, hoje, seja o esporte que mais medalhas olímpicas dá ao país. E porque na hora do patrocínio o bicho pega? Mesmo nas competições que envolvem veleiros sofisticadamente armados da classe oceânica as reclamações: "falta patrocínio."
Numa análise simples verificaremos a existência de falhas de relacionamento entre os velejadores, os clubes, as federações estaduais e a ABVO que, somadas, praticamente impedem uma maior divulgação das regatas. Nessas alturas, o patrocinador perde o interesse.
O retorno de investimento de uma marca num barco de competição e sua tripulação está diretamente ligado ao espaço que o evento esportivo obtenha na mídia. Se o patrocinado for campeão, melhor ainda. Fora disso, não acontece nada. E não adianta tentar levar as competições sem patrocínio. Os modernos veleiros exigem elevados investimentos em sua montagem, acima de cem mil reais. Depois, vem o transporte e manutenção do barco, tripulação e pessoal de apoio, durante um ano em diversos locais no Brasil, que custa, por baixo, outros cem mil, sem contar as participações internacionais.
O primeiro passo a ser bem dado é, no projeto da regata, ser locada uma verba destinada à mídia impressa e eletrônica. Em segundo, as federações devem colocar no local do evento profissionais de mídia e relações públicas capazes de atender as solicitações do pessoal dos veículos de comunicação. Lembrando que os veículos pouco ou nada tem de gente especializada em esporte náutico, devido a falta de tradição na divulgação desse segmento esportivo. Por outro, lado o pessoal administrativo dos clubes se esforça, mas no geral não consegue satisfazer, nem se exigiria.
Dados os passos acima, será uma questão de dedicação, de continuidade, que fará com que tenhamos comunicadores especializados e os patrocinadores finalmente enxerguem e obtenham o retorno desejado. É o que sucede no futebol, basquete, vôlei e outros esportes. Porque não aconteceria nos esportes náuticos, em particular nas regatas?
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