Ralph Luiz de Carvalho Solera Soares
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· A MORTE DO FUTSAL UBATUBENSE
Nos último Jogos Regionais, Ubatuba não participou da modalidade futsal, o antigo futebol-de-salão, que, segundo um estudo específico, reúne mais praticantes em todo o Brasil, que o próprio Futebol. Como é possível, então, que um esporte tão difundido, praticado e prestigiado possa deixar de ser representado numa competição tão importante? A explicação dada pelos dirigentes foi a de que nossa cidade não tem estrutura para a manutenção de uma equipe de competição de futsal e não existe uma "escolinha" ou qualquer outra coisa que possa servir de base para a formação de uma seleção.
Já que não existe a "escolinha", aí vai uma idéia que poderia ser colocada em prática não somente em Ubatuba, e não somente com o futsal, mas em muitas outras cidades e com, no mínimo, o vôlei e o basquete também. A prática mais organizada desses esportes nas escolas serviria de base para a formação, incentivo e manutenção de equipes permanentes destas modalidades.
Todas as nossas escolas que têm de 5ª a 8ª série, têm quadras em seus pátios. Não são nenhum primor em matéria de qualidade, mas são usadas pelos alunos diariamente. E todos os anos, os próprios alunos promovem, às vezes com o auxílio do professor de Educação Física, o conhecido Interclasses, feito às pressas e desorganizadamente. Ao invés desse sistema, a Prefeitura poderia se encarregar de assessorar as escolas no desenvolvimento dos interclasses. No primeiro semestre de cada ano, todas as escolas de 5ª a 8ª série, com condições para tal, promoveriam um Torneio Interclasses organizado, oficial, com premiação e por sistema de pontos corridos, para ocupar dois bimestres, findos os quais, teríamos uma classe declarada Campeã do Torneio Interclasses da Escola, sendo ela qual fosse. Ao fim do segundo bimestre letivo do ano, todas as escolas conheceriam as suas classes campeãs. No segundo semestre, composto pelos terceiro e quarto bimestres, as classes campeãs de cada escola se enfrentariam em chaves eliminatórias, num sistema parecido com o da Copa do Brasil de Futebol, até sobrarem apenas as duas finalistas, no fim do ano, para decidirem o campeonato que poderia ser chamado, por exemplo, de Jogos Colegiais. Isso manteria o interesse pelo futsal, basquete ou vôlei, em todas as escolas, que ainda poderiam organizar suas próprias seleções para participarem dos tradicionais Jogos da Pátria, em Setembro, no Tubão.
A criação dos Torneios Interclasses em cada escola, assim como a criação dos Jogos Colegiais, com os campeões dos Interclasses, é somente uma idéia de como, sem aumento significativo de custos, uma cidade com a estrutura de Ubatuba poderia dar mais ênfase para a prática de esportes populares, como o futsal, o basquete e o vôlei, atraindo mais jovens para as escolas, já que é sabido a paixão destes pelos jogos, e criando uma estrutura de base para a formação de futuros atletas profissionais, ou, no mínimo, dar condições de prática para os amantes da bola, que poderiam participar de competições como os Jogos Regionais, já que, afinal, é para isso que servem os esportes e os torneios como este.
Vale lembrar que o esporte nos Estados Unidos é tratado desta maneira, enfocando a estrutura escolar existente. Não é porque os americanos dispõem de verbas mais "polpudas" e instalações melhores, que seus atletas, em quase todas as modalidades (em que uma das poucas exceções é o futebol, pelo pouco tempo de prática) se destacam no mundo todo. Os profissionais começam a ser moldados desde os tempos escolares, passando pela fortíssima estrutura esportiva universitária americana e, finalmente atingindo o profissionalismo. 
· PORQUE PERDEMOS A COPA DO MUNDO?
Após uma derrota em final de Copa, vemos uma enxurrada de matérias, reportagens e especiais sobre os motivos da perda do título mais importante do esporte brasileiro. Surgem também as versões políticas, como a pressão do patrocinador, a escalação forçada de algum craque etc. mas, ao invés de apontar os erros cometidos pela seleção ou sua comissão técnica, podemos ver a derrota pelo lado estatístico.
A estatística pura é definida como "um conjunto de métodos e processos quantitativos que servem para estudar e medir fenômenos", sejam eles de qualquer natureza. A estatística não é tabu, lenda, crença ou numerologia. É simplesmente a demonstração quantitativa (numérica) de certas tendências e resultados apontados pela coleta de dados organizados. Tomemos por exemplo dois jogadores de futebol que fazem um treino de pênaltis. O jogador "A" cobra 10 pênaltis e faz 9 gols. O jogador "B" cobra 10 mas só marca 5 gols. Estatisticamente o jogador "A" é melhor batedor que o "B" e tem menos chances de errar. Não é superstição. É uma amostragem numérica e científica. Pode até não significar que na partida o jogador "A" vá marcar o gol de pênalti (ele pode errar), e sim que tem um retrospecto melhor. Isso é estatística.
A estatística das Copas do Mundo é feita com os resultados de todas as partidas jogadas desde a Copa de 1930, no Uruguai, e mostra quatro curiosidades que podem apontar "estatisticamente" as causas da derrota brasileira na França:
- Desde a primeira Copa do Mundo que apenas América do Sul e Europa ganham os títulos. Foram 8 conquistas para cada um dos continentes, mas nunca, nem ao menos uma vez, algum deles abriu 2 títulos de vantagem. Sempre mantiveram, para qualquer lado, a margem de apenas 1 Copa ganha. Se o Brasil vencesse, pela primeira vez a América do Sul teria ganhado 2 Copas a mais que a Europa, mas com o título francês, os dois continentes empataram novamente. A estatística foi mantida;
- Apenas com uma exceção (Suécia em 58) sempre que a seleção dona-da-casa chegou à final, ela conseguiu chegar ao título. Foi assim com o Uruguai em 1930, com a Itália em 1934, com a Inglaterra em 1966, com a Alemanha em 1974, com a Argentina em 1978 e com a França em 1998. Muitos dizem que o Brasil perdeu a "final" da Copa de 50 no Maracanã, mas essa informação não é correta. Naquela Copa, os 4 finalistas jogaram uma "Fase Final" em turno único com todos se enfrentando. Na última rodada da "Fase Final", o Brasil perdeu para o Uruguai, e a Suécia ganhou da Espanha. O Uruguai terminou a "Fase Final" com 5 pontos, o Brasil ficou com 4, a Suécia ficou com 2 pontos e a Espanha teve apenas 1 ponto ganho;
- Desde 1962 que um país não ganha duas Copas seguidas e desde 1958 que um continente não ganha duas Copas seguidas também;
- E, para os brasileiros, a mais preocupante estatística: o Brasil nunca ganhou uma Copa do Mundo em que os uniformes canarinhos não fossem fornecidos pela Umbro. A empresa inglesa confeccionou os uniformes de 58, 62, 70 e 94. E como a Nike assinou com o Brasil até 2007... 
· CURTAS
Para quem gosta de futebol-de-mesa, popularmente conhecido como "futebol-de-botão", existe em Ubatuba a ASSOCIAÇÃO UBATUBENSE DE FUTEBOL-DE-MESA, que há quase 5 anos promove torneios regularmente. Com os jogos disputados normalmente no final-de-semana, é uma boa chance para quem sempre quis dar uma de técnico e colocar em prática suas teorias sobre o futebol. Atualmente, a Associação está querendo aumentar seus integrantes.
Para informações, ligue (012) 432-1122, ou visite http://members.xoom.com/rsolera.
A Sthill resolveu apoiar pra valer o surf. Deixou de lado apoios modestos e mergulhou de cabeça no patrocínio do Circuito Ubatuba de Surf e no Circuito Paulista de Surf Amador. Passou a bancar todas as etapas das duas competições, premiando os participantes com roupas, tênis, acessórios e outras mercadorias comerciadas pela própria Sthill. O patrocínio ao circuito ubatubense é tão forte que o nome oficial mudou para Circuito Sthill Ubatuba de Surf. Para conferir o motivo de tanto investimento, passe nas nossas praias no fim-de-semana e confira o desempenho de nossos surfistas!
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