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Ano 1 - Nº 11 - Ubatuba, 16 de Agosto de 1998
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· Malho & Agasalho
    Aristarco
    articulista@ubaweb.com

Um tribunal iraniano condenou ontem, por corrupção, o prefeito de Teerã, Gholamhossein Karbachi, a cinco anos de prisão, 20 anos sem poder ocupar cargos públicos e 60 chibatadas - suspensas temporariamente. O prefeito é um dos maiores aliados de Mohamed Katami, político moderado eleito presidente do Irã no ano passado. (Jornal do Brasil - 24/07)
... a se a moda pega!!!Fim do texto.

Quando escrevo estas mal traçadas, a Xuxa entrou em trabalho de parto. Informou a Lilian Wite Fibe no Jornal da Globo. Vou esperar para ver o chôu ao vivo e a cores para todo o Brasil. Será que vai haver transmissão, com close-up e tudo o mais, da cabecinha da futura princesinha, a Xaxa, digo, a Sacha, quando estiver coroando? Não sei por que o Brasil não optou pela monarquia no último plebiscito... Rei Pelé, Rainha Xuxa e, agora, a Princesinha Xaxa. O primeiro berro, na certa, vai ser narrado pelo Galvão Vaiquétua tafarel Bueno. O video-clip será apresentado no Fantástico. E para o primeiro cocô, então ? Já tô até vendo técnicos, na sexta-feira, no Globo Repórter, analisando a compleição, a fragrância, a densidade, a consistência do cocozinho real. Não creio que a nossa rainha dê de mamá nos peitos. Deve chamar a Fafá de Belém para ama-de-leite e a Carla Peres para ama-seca. O Presidente FHC², no mínimo, deverá mandar telegrama de felicitações, exaltando o significado do evento para o Plano Real e o Merco Sul. O Lula não fará por menos, mandará também o seu, redigido pela Marta Suplicy, enfatizando o exemplo desse parto para a classe trabalhadora feminina do Brasil. O Zagallo não nos deu o penta, viva a Xuxa que pariu! (0h10m - 28/07)Fim do texto.

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· As Luas
    Paulo S. S. Vilela
    vilela@nox.net

Hoje há muitas estrelas num céu cheio de ruídos.
Algumas perenes, outras cadentes, poucas mutantes;
Todas, no entanto, cantam, todas são ouvidos
Às vozes mais estranhas do mundo, por instantes...

À algumas luas atrás, céu só o da boca, de dentes e palavras,
Vorazes, sinceras, profanas, que acabaram por despertar bruxas,
Que não deviam. Mas não eram títeres de enfeites e viras
Os que sem saber desafiaram Abraxas?

Por que então importaria agora isso?
Se as luas se foram e seus reflexos raros e poucos,
Ainda que belos, diáfanos e frágeis como bisso.
Porque loucos para alguns são sempre e eternamente os outros.

As luas se foram mesmo e com elas a insanidade lírica,
Que foi quase tudo o que podia.
E se pôde, porque à vontade anímica,
O estado é outro --- do sonho e da magia.

Verdade, a mais completa palavra, a mais difícil, porque são muitas.
São partes do momento, dessa fração do tempo que não arraíza,
Pois cada qual tem sempre a sua, porque tantas...
Que o vento leva, espalha e nunca ajuíza.

Como então compreender este jogo de brinquedo e fantasia?
Se nele tudo é tão guardado e secreto,
Tão complexo e confuso --- cara amiga Lia,
Onde até flores vociferam horrores e o resto é só discreto.

E tanto mais difícil fica, por não se poder revelar
Nem ao mundo, nem a ninguém,
O motivo --- razão única de se jogar,
Essas coisas da libido, que é o remoto, o além.

Por isso, não por isso, quiçás outro ensejo,
Como você, de olhos vendados, em qualquer parte, do sul ao norte,
Em qualquer tempo, se desejo...
Assim, pude mantê-la viva e não era uma questão de sorte.

Como não? Como assim? Como tive, como quase, como quis.
Como era, mas era mesmo? Se é como fora, quase fera, então como nada?
Imaginar como essas vagas loucas de espumas e rubis,
De todos os mares, de todos os lares, como bruxa ou como fada?

Como palavras, como coisas, porque assim é o jogo. Prá que talheres?
Se nem mãos são necessárias para tão mal-educada boca, que trata tudo como comida.
No futuro, quem sabe, átonas ou tônicas, não por ser mulheres,
As imagens se tornarão mais claras, por ser difícil enganar a pele cansada e ruída.

As luas agora são o aperto de mão, o tímido abraço.
Fica, porém, a impressão da cumplicidade dos anos,
Por não ter motivos para se livrar desse laço.
As roupas mudarão, mas no fundo sempre serão os mesmos panos.
O impossível foi possível e mais impossível era impossível.

Que outras luas nos leve a Singapura,
O mais belo teatro da Terra, sem ingressos ou maldades,
Sem mentiras ou verdades.
Uma alquimia simples, tão exata quanto pura,

Que contém todos os caminhos, todas as idades...Fim do texto.
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