Festas de fim de ano, praia, piscina, sol, prazer, boas lembranças... Tudo o que passa deixa sua marca, algumas boas, outras nem tanto. Com o verão não podia ser diferente. Após alguns dias entregues às delícias que só essa estação proporciona, podemos ver que nem tudo são flores. O sol e o sal, silenciosamente, agiram nesse período sobre os cabelos, a pele e as unhas de tal maneira, que precisamos fazer algo para recuperá-los. Mesmo tendo usado um bom creme com filtro solar, além de chapéus, os cabelos se "ressentem" muito nessa época do ano. Isto ocorre principalmente devido a algumas particularidades - no verão, o metabolismo é mais acelerado, o cabelo cresce mais rápido, revelando também aquelas indesejáveis "pontas" mais precocemente. Além disso, com o calor típico da estação, suamos mais e, é claro, lavamos mais os nossos cabelos. Ainda existe a excessiva exposição ao cloro e à água salgada. Deve-se observar, com mais cuidado ainda, aqueles cabelos que já sofreram algum tipo de tratamento químico, como tinturas, alisamentos e permanentes. É importante recuperar as perdas e danos causados a eles. Neste momento, o que vale é a busca pela re-hidratação. Como o corpo precisa de água, o cabelo também, mas ele só a retém se sua estrutura estiver íntegra, o que nem sempre ocorre após tantas agressões. Para isso, devemos lançar mão de alguns procedimentos que visam recuperar a estrutura e garantir uma boa hidratação dos cabelos, como os tratamentos com creme. Eles podem ser feitos em casa, como ensinava a vovó, mas podem também ser feitos por profissionais, utilizando tecnologias mais modernas. Ainda assim, podemos fazer um bom corte e remover aquelas pontas que foram queimadas e estão mais ressecadas. Com a pele e com a unha acontece algo semelhante. O calor, o sol, o sal, o cloro e o excesso de banhos também levam a uma perda da hidratação. As unhas podem ser recuperadas com cremes, em especial aqueles a base de uréia. Uma alimentação equilibrada também ajuda muito. Já na pele, podemos, antes de tudo, fazer uma leve esfoliação - pode ser mecânica ou química - no sentido de remover as "células mortas". Na realidade, o que acontece é que as células da pele têm um ciclo de 14 a 21 dias, que culmina com a formação da camada córnea, composta apenas dos restos celulares - as "células mortas". Com a exposição ao sol, o "bronze" induz um acúmulo destes e espessamento dessa última camada, que se mostra com menos "brilho". A esfoliação devolve a "vida" à pele. Algumas pessoas desenvolvem manchas com a exposição ao sol e, conseqüentemente, à radiação ultravioleta. Conhecidas por melasma, elas podem e devem ser tratadas, sob supervisão médica, com ácidos, despigmentantes e fotoprotetores, desde que não haja nova exposição solar abusiva. Outra alternativa são os peelings químicos e a laser, sempre sob orientação especializada. Outros procedimentos ainda podem dar uma "forcinha" no visual, conforme a necessidade individual - como aplicação de toxina botulínica e preenchimento de rugas e sulcos. Se depois disso tudo, bater uma saudade daquele bronzeado, vale lembrar que os autobronzeadores podem ser usados em qualquer época do ano e não representam risco para o desenvolvimento de um câncer de pele. Nota do Editor: Drª Sylvia Ypiranga é graduada em Medicina pela Faculdade de Ciência da Saúde da Universidade de Brasília com residência em dermatologia no Hospital e Maternidade Celso Pierro / PUC-Campinas. Atualmente é Médica Dermatologista assistente no Hospital e maternidade Celso Pierro, co-investigadora em pesquisa clínica na área de Psoríase, membro-efetivo da Sociedade Cirúrgica Dermatológica e Mestre pela Unicamp e Mestre Médica Assessora da PUC-Campinas. Atua na Clínica Charles Yamaguchi.
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