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SEÇÃO
Economia e Negócios
20/07/2021 - 05h55
Inclusão como ponto de partida
Renata Malheiros Henriques - ASN
 

A crise sanitária impôs uma série de obstáculos à atividade do empreendedorismo no Brasil. Pesquisa feita pelo Sebrae, no último mês de junho, mostrou que quase 80% dos pequenos negócios ainda enfrentam perda no orçamento, quando comparado ao período pré-pandemia. Ao analisar mais de perto esse cenário, entretanto, vemos que as mulheres são ainda mais impactadas, em razão de barreiras culturais que dificultam até mesmo o seu acesso a crédito.

Ouvi relatos de mulheres que foram questionadas, no momento em que buscavam empréstimos em agentes bancários, se os maridos sabiam o que elas estavam fazendo no banco. Infelizmente, isso ainda acontece com muita frequência. Fica evidente como os serviços financeiros no país não foram pensados para a inclusão desse público. Nesse contexto, é natural que as empreendedoras se sintam desconfortáveis ao terem de recorrer a esse sistema.

Ao observar dados do relatório "Empreendedorismo Feminino no Brasil", publicado pelo Sebrae em 2019, vemos que as mulheres empresárias estão à frente de negócios menores, com menor investimento e menos acesso às linhas de crédito mais vantajosas. Além disso, o levantamento aponta que as empreendedoras pagam taxas de juros maiores, apesar do nível de inadimplência ser mais baixo (de 3,7%) que o dos homens (4,2%).

Neste debate, novas formas de encarar o problema surgem como alternativa. É o caso das fintechs e cooperativas de crédito, que oferecem soluções com menor burocracia e custos mais acessíveis.

Para mudar essa realidade, as instituições brasileiras enfrentam desafios que passam por uma transformação de conceitos e práticas. Essa mutação precisa ser permanente e, realmente, inclusiva. Não apenas um faz-de-contas, com o perdão do trocadilho. Assim, é essencial formar equipes diversas e inclusivas no ambiente de trabalho, abrindo espaço para ideias diferentes. Uma instituição financeira que treina seus funcionários para enxergar além dos estereótipos e do senso comum, termina largando na frente. Uma tendência forte e cada vez mais consolidada no mercado é a de que os consumidores não estão mais dispostos a consumir marcas incoerentes.

O sistema financeiro brasileiro tem muito a aprender com o ecossistema das FemTechs (empresas que colocam a tecnologia a serviço do universo da mulher). Esse nicho de mercado está em ampla expansão. Uma pesquisa realizada pela consultoria Emergent Research aponta que, em todo o mundo, somente em 2019, esse mercado movimentou US$ 18,75 bilhões. E não para por aí. As expectativas apontam para um possível crescimento de quase 16% ao ano, alcançando US$ 60 bilhões até 2027.

Considerando que o Brasil possui aproximadamente 213 milhões de habitantes, segundo estimativas do IBGE, com uma maioria composta por mulheres, não faz sentido que as empresas brasileiras continuem ignorando a força desse mercado. Além de uma questão de direito e sincronismo com os tempos atuais, essa é uma questão de inteligência de mercado.


Nota do Editor: Renata Malheiros Henriques, Coordenadora Nacional de Empreendedorismo Feminino do Sebrae.

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