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Meio Ambiente
27/06/2018 - 07h59
Recém-descobertos, pequenos peixes estão em perigo
 
 
Medindo cerca de 3 centímetros, espécies endêmicas do Cerrado brasileiro estão ameaçadas de extinção por falta de conhecimento da população
Matheus Volcan 

Dentro do projeto que teve início em 2011 no estado do Rio Grande do Sul (RS), o Instituto Pró-Pampa (IPPampa) descobriu três novas espécies de peixes, desta vez na região do Cerrado, em Mato Grosso do Sul.

O trabalho, já finalizado com o financiamento da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, é resultado de uma extensão do projeto Peixes Anuais dos Campos Sulinos, que teve apoio ainda do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), no contexto do Plano de Ação Nacional para Conservação dos Peixes Rivulídeos.

Diferente das espécies de killifishes descobertas nos campos sulinos, que possuem ciclo de vida anual e que habitam exclusivamente ambientes aquáticos sazonais, que passam por períodos de seca, os peixes descobertos no Cerrado são conhecidos como killifishes de ciclo de vida não anual, pois são encontrados em ambientes aquáticos permanentes - conhecidos como veredas - e se desenvolvem em pequenas nascentes que drenam as áreas de campo. A expedição de coleta abrangeu a porção leste drenada pela bacia do Rio Paraná, no Mato Grosso do Sul.

“Este trabalho foi um grande desafio, pois saímos do local onde estamos acostumados a trabalhar e nos aventuramos pelas veredas do Cerrado. Durante 12 dias intensos de pesquisas, desbravamos um bioma completamente diferente e, como recompensa, tivemos a descoberta dessas espécies que representam uma grande vitória para nós e para o meio ambiente”, declarou Matheus Volcan, responsável técnico do projeto.

As espécies são endêmicas da região e pouco conhecidas pelas pessoas e, embora recém-descobertas, já são consideradas ameaçadas de extinção. Por seu tamanho reduzido - cerca de 3 centímetros - e pelos locais onde vivem e se desenvolvem, esses peixes muitas vezes não são notados pela população e são muitas vezes desconsiderados ou negligenciados em estudos de licenciamento ambiental - fator que contribui para o desaparecimento das espécies. “O desconhecimento da sociedade, e principalmente dos gestores ambientais órgãos ambientais, é um dos grandes fatores que causam a perda e degradação do ambiente onde as espécies habitam. A construção de um açude ou até mesmo de uma estrada em uma área de ocorrência da espécie pode eliminá-la totalmente e levá-la à extinção”, alerta o pesquisador.

O estudo foi reconhecido no meio científico por meio de um artigo publicado recentemente pelo periódico Zoosystematics and Evolution, que pode ser conferido neste link. Para a diretora executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Malu Nunes, os dados sobre as novas espécies servem também para obter mais informações do Cerrado como um todo. “A descoberta desses animais é uma grande conquista para os pesquisadores envolvidos no projeto e para a sociedade. Nesse caso, poder ampliar o campo de pesquisa se tornou ainda mais enriquecedor, tanto para a ciência quanto para os profissionais que estão à frente do projeto”, destaca.

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