A preocupação com o meio ambiente e as buscas por formas mais sustentáveis de praticar as atividades do dia a dia é uma preocupação constante de ambientalistas, mas nem sempre a população sabe como agir. Segundo pesquisa realizada no final de 2020 pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, em parceria com o Programa de Comunicação de Mudanças Climáticas da Universidade de Yale, proteger o meio ambiente é prioridade para 77% dos brasileiros. Porém, algumas discussões sobre o tema ainda estão presas a conceitos sem fundamentos, assim, confundindo as pessoas sobre o que realmente é eficaz nessa luta. Pensando nisso, o professor do Mestrado e Doutorado em Gestão Ambiental da Universidade Positivo (PGAMB-UP), Alysson Nunes Diógenes, levantou alguns tópicos mais polêmicos para esclarecer os mitos e verdades sobre eles. É fácil ter uma vida sustentável Mito. Alysson aponta que, infelizmente, isso não é verdade. "Para ser sustentável, é preciso mudar por completo o modo de viver. Uma única atitude sustentável dificilmente é o suficiente para alcançar alguma real mudança no planeta. É preciso redefinir todos os padrões, buscando soluções que possam acabar com os impactos ambientais negativos causados pelo estilo de vida de cada um. Entretanto, mesmo que aos poucos, é importante dar início ao processo; assim, as chances das mudanças tornarem-se contínuas são maiores", enfatiza. Ser sustentável custa caro para as empresas Mito. O professor explica que a implantação de medidas sustentáveis pode gerar custos iniciais, mas que o retorno financeiro após a execução é considerável. "Cabe, ainda, ressaltar que atitudes sustentáveis trazem benefícios à reputação da empresa, gerando mais rentabilidade a longo prazo também", opina. Alguns plásticos podem ser considerados sustentáveis Verdade. O professor esclarece que um dos itens que define se o produto é ou não sustentável é sua durabilidade. "Um produto de plástico que seja reciclável e dure por anos, é sustentável, por exemplo", ressalta. Qualquer tipo de água pode ser reutilizada Mito. Alysson ressalta que, embora o reaproveitamento seja muito importante, infelizmente nem toda água serve para todos os usos. "A água da chuva, por exemplo, apesar de ser excelente para a limpeza de áreas externas, não é potável por conta da existência de substâncias contaminantes na atmosfera, como ácidos, fuligem e bactérias, os quais podem causar danos à saúde a médio ou longo prazo. E um dos nossos maiores problemas futuros é a escassez de água para consumo humano", explica. Deixar de comer carne ajuda o meio ambiente Mito parcial. “O problema da ‘Segunda sem Carne’ é que a proteína de soja é mais prejudicial ao meio ambiente que o gado, pois passa por um processo industrial que consome uma grande quantidade de energia, o que, nesse momento de crise hídrica e energética, significa mais carvão e gás natural queimados nas usinas termelétricas. Levando em conta que o ser humano precisa de proteína animal, creio que não seja um bom caminho. Uma forma melhor deve ser o da diversidade alimentar, que implica em comer vários alimentos, inclusive a soja”, justifica.
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