A preocupação com o meio ambiente está presente em quase toda sociedade atual com pessoas e empresas que adotam e desenvolvem medidas e ações visando diminuir os impactos ambientais causados pelas atividades criadas e realizadas pela nossa civilização. O cenário exige urgência no desenvolvimento de soluções que tornem as cidades e as indústrias mais sustentáveis. O Espírito Santo se destaca na implementação destas ações, e um dos setores que mais se desenvolveu no Estado foi o tratamento de efluentes líquidos, sejam os provenientes de indústrias (óleo e gás e indústrias alimentícias, por exemplo), seja aquele gerado em aterros sanitários de lixo, um líquido muito contaminante, conhecido como chorume. Algumas tecnologias de ponta já estão em operação, transformando o efluente líquido contaminado em água apropriada para ser devolvida ao ambiente natural ou para ser usada como água de reuso, uma nova commodity, hoje em alta por força da crise hídrica que assola as principais cidades brasileiras. Entre estas novas tecnologias destaca-se a Eletroionização Oxidativa, que utiliza um reator de tratamento eletrolítico, onde placas energizadas liberam íons para o meio aquoso fazendo a dissociação dos elementos. Esse processo é realizado após outras etapas já convencionais e termina com a passagem do líquido já tratado por filtros especiais, chegando-se à água de reuso, que pode ser utilizada no próprio local e até mesmo comercializada para outros fins, dentro do novo conceito de Economia Circular, que vem sendo amplamente adotado nos países desenvolvidos. No lugar de “extrair, produzir, utilizar e descartar”, a sociedade passa a “extrair, produzir, utilizar e reutilizar”, garantindo assim a sustentabilidade do planeta para as futuras gerações. Esta nova tecnologia permite tratar 100% do chorume, sem emissão de gases efeito estufa e gerando uma quantidade mínima de resíduos, que podem ser dispostos no próprio aterro, em contraposição aos métodos convencionais conhecidos, que geram até 40% de rejeitos. Esta é mais uma demonstração de que a iniciativa privada, em parceria com setores do poder público e em sintonia com os órgãos de controle ambiental do Estado, é capaz de investir em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e expandir suas atividades para todo o país, ajudando a mitigar os impactos ambientais indesejáveis, movimentando a economia e gerando novos postos de trabalho no setor de saneamento básico. Nota do Editor: Ronan Agostini é engenheiro civil pela Universidade Federal de Viçosa, mestre em engenharia ambiental pela Universidade Federal do Espírito Santo e gerente de engenharia/operações da Central de Tratamento de Resíduos da Marca Ambiental. Pedro Vieira é engenheiro ambiental pela Universidade Federal de Viçosa, atuante na área de gerenciamento de resíduos e supervisor de operações na Marca Ambiental.
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