A organização do lixo começa em casa
Recentemente, em uma entrevista que concedi, me perguntaram sobre a composteira caseira e se era possível fazermos uma em casa. Na entrevista, respondi que sim, é possível, mas não tão simples. Uma composteira caseira se trata de um recipiente apropriado, em geral, um contêiner vertical, preenchido com materiais orgânicos secos (folhas), um inóculo (estrume seco de galinha ou outras fontes de bactérias) e a matéria orgânica fresca (restos alimentares e poda de jardim). A partir daí, o contêiner é fechado permitindo uma circulação de ar através da massa, de baixo para cima, de modo a promover a biodegradação da matéria orgânica fresca, o que em geral se dá em um prazo médio de 90 dias. Existem outras medidas mais acessíveis que poderiam contribuir com o meio ambiente. A mais conhecida e comentada é a coleta seletiva, que pode ser realizada em casa. Além de incutir aspectos de ensinamentos de cidadania na família, esse tipo de ação realça a importância da promoção de ações visando à preservação do meio ambiente. Entretanto lembro que, antes da implantação desse sistema, é preciso que as pessoas realmente conheçam os materiais que devem ser separados ou não. Separar (seco, úmido, baterias, remédios, materiais de construção), limpar e lavar os resíduos secos, dispor de recipientes adequados para o armazenamento temporário dos resíduos e informar-se sobre a frequência de coleta de cada tipo de resíduo, bem como conhecer a localização dos pontos de entrega dos demais resíduos (farmácias, eco-pontos). É importante lembrar que os resíduos recicláveis deverão estar limpos e secos, isentos de quaisquer tipos de sujeira. Em nosso dia a dia, manipulamos diversos materiais que podem ser reciclados: garrafas pet’s, papéis, jornais, embalagens plásticas, garrafas de vidro, copos plásticos, latas de alumínio, latas de latão, embalagens de alumínio ou isopor etc. Atualmente, poucas cidades, que possuem coleta seletiva já implantada, exigem triagem na origem pela tipologia de material (plástico, vidro, madeira etc.). A reciclagem só se sustenta se houver uma indústria ou um parque industrial regional que de fato reaproveite os materiais separados. Caso este parque industrial não exista, não haverá valor comercial associado ao material separado e, consequentemente, passará a não fazer sentido a separação, coleta e triagem. A coleta seletiva residencial é importante e ajuda a manter a família engajada com a sustentabilidade. Quando feita com conhecimento traz benefícios imensuráveis para todos. Nota do Editor: Francisco Oliveira é engenheiro civil e fundador da Fral Consultoria (www.fralconsultoria.com.br).
|