Qual é o remédio?
Apesar de não haver, até o momento, um plano definido sobre como deverá ser feita a logística reversa dos medicamentos, de forma que se consiga atender as mudanças propostas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, uma coisa é certa: todos deverão ser participantes ativos nessa ação. Não há dúvidas de que a destinação incorreta desse produto em redes de esgoto ou no lixo doméstico contribui para a contaminação do solo e dos recursos hídricos, trazendo prejuízos diretos para a saúde da população e, obviamente, para o meio ambiente no geral. Considerado resíduo perigoso, os medicamentos precisam de uma atenção especial quando o assunto é descarte. Segundo estimativa na Anvisa, o recolhimento de medicamentos pode chegar a mais de 13 mil toneladas por ano. Mas, para que ele seja feito de forma adequada é necessário um programa eficaz envolvendo todos os agentes desse processo. Estamos falando claramente da responsabilidade compartilhada onde cabe ao consumidor final, aos comerciantes, aos distribuidores, aos fabricantes e ao governo um trabalho em conjunto, como preconiza a Politica Nacional de Resíduos, Lei 12.305, assim como por meio dos acordos setoriais. Afinal, pouco adiantará a obrigatoriedade de implantação de postos de coleta no comércio, por exemplo, se não haver a conscientização da população sobre o assunto. Ela deve entender a importância de não jogar esse resíduo junto com o lixo doméstico ou descartá-lo na rede de esgoto. Saber que é necessário a separação para que o medicamento tenha o destino adequado. Também é preciso pensar na logística de recolhimento, na qual a indústria se responsabilizará em recolher adequadamente esses resíduos nos postos de coleta. Um trabalho que deve ser planejado e acordado com os comerciantes. Ao governo, resta a responsabilidade do apoio, de fazer com que todo o processo seja possível, disponibilizando mecanismos que facilitem as ações, além de contribuir para a educação e conhecimento da sociedade, através dos diversos meios que mantém. Nota do Editor: Mirela Souto é gerente da Marca Ambiental e especialista em gerenciamento de projetos ambientais.
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