Sempre que se ouviu falar em “estética”, o que vinha a mente era a desenfreada busca por um corpo “perfeito” e por uma pele “incrível” a “qualquer custo”. Queima daqui, congela dali, estica, fura, dá choque... “Não faz mal se dói, se der resultado, é o que importa”, ouvia-se nas clínicas de estética a cada sessão, onde o cliente investia tempo, e uma boa quantidade de dinheiro. Sempre com muita esperança. Bem, era assim, até ontem. Hoje surge um novo público, que respeita o próprio corpo, que começa a entender seus limites e apreciar suas características individuais. Afinal, somos diferentes... ou não? Esse público já não topa qualquer dor, não tem muito tempo e tem mais informação. Ele partilha com o profissional experiências e decide junto o que é melhor para seu próprio bem-estar. A saúde vem antes. O estar bem, vem antes, o resultado? É consequência de tudo isso... que ironia, não? Os tratamentos vão se tornando mais naturais. E isso nada tem a ver com passar mamão com mel no rosto (ainda que isso não seja um problema), a tecnologia pode ser uma grande parceira sim, mas de forma a auxiliar o próprio funcionamento biológico. O respeito à “auto-regulação” do próprio corpo começa a fazer sentido para clientes e profissionais da área. Buscar respostas naturais do próprio corpo, estimular células a funcionarem em seu maior potencial, eliminar impurezas, desintoxicar, prevenir, proteger... esses são os desejos de quem busca uma estética baseada em cuidados. Outro ponto importante em uma “estética de cuidados” é a personalização do tratamento. Cada vez mais pessoal. Mas isso ainda é muito variado. Personalização para uns pode ser um horário diferenciado de atendimento ou usar o creme A ou B, de acordo com seu tipo de pele ou grau de celulite. Mas na minha opinião ainda fica longe de ser “individualizado”. Ouvir o que o paciente diz, entender o que precisa, informar, orientar e construir junto uma proposta considerando questões mais variadas possíveis como biotipo, personalidade, estado emocional e tempo, requer do profissional conhecimento em várias áreas, além de uma disponibilidade em fazer ajustes o tempo todo na sua forma de trabalho. Como uma roupa feita sob medida. Esses são os diferencias do profissional de saúde que vem surgindo. Ou, mais sinceramente falando, espera-se que surja. Os clientes estão aí, exigentes, com históricos de tratamentos frustrados, cansados de promessas milagrosas, entendendo que beleza é a integração do conceito “ver-se bem, sentir-se bem”, em sua melhor e individual potencialidade. Estão preocupados com a saúde de seu próprio corpo, mas também do meio em que vivem, do planeta, das plantas, dos animais. Profissional da saúde que se atualiza, faz disso hoje, uma forma de trabalho. Mais integrado e consciente. Essa é minha torcida. Nota do Editor: Francine Pezeta (www.francinepezeta.com.br) é fisioterapeuta e terapeuta corporal. Atua com estética há mais de dez anos e vem se especializando em terapias estéticas com ênfase na saúde do corpo e do meio ambiente, para isso, utiliza em seus tratamentos somente produtos e tecnologias que não agridem o corpo, de empresas certificadas, que não testam seus produtores animais, orgânicos e veganos. Seus tratamentos vêm se destacando pela personalização e um certo “tom terapêutico” que traz, pois segundo ela, “a beleza é um lugar de cuidado, e ser bem cuidado, pode ser muito terapêutico”.
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