Em 5 de junho, comemora-se mais um Dia Mundial do Meio Ambiente. Neste ano, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu como tema “Pensar, Comer e Conservar – Diga não ao desperdício”, que nos convida a analisar os grandes problemas de nossas cidades. Paralelamente ao desperdício de alimentos, que tiram de milhões de pessoas a possibilidade de uma alimentação adequada às necessidades humanas, a falta de saneamento básico traz problemas estruturais e de saúde à sociedade, dois problemas bastante relacionado às camadas mais pobres da população. A morte provocada pela fome é a mesma originada das doenças causadas pela falta de acesso à água e ao esgoto tratados e as vítimas, em sua maioria, habitam países em desenvolvimento. Anualmente, segundo dados da ONU, 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são jogadas no lixo, enquanto uma em cada sete pessoas passa fome no mundo e 20 mil crianças com menos de cinco anos morrem de desnutrição. Pesquisa realizada pelo Instituto Trata Brasil indica que 88% das mortes por diarreia no mundo se devem ao saneamento inadequado – das quais 84% são de crianças. No Brasil, segundo o estudo, as doenças de transmissão feco-oral representam mais de 80% das enfermidades relacionadas à falta de saneamento básico. A produção de alimentos é responsável por 70% do consumo de água potável. Ao desperdiçá-los, desperdiçamos, também, a água consumida desde a plantação – que não é pouca. Ao contaminar o solo ou os leitos de rios ou mananciais com o descarte de esgoto sem tratamento, desperdiçamos a água que poderia ser reutilizada, principalmente pelo setor de agronegócio. Relatório da Organização Mundial da Saúde indica que 2,4 bilhões de pessoas continuarão sem acesso a saneamento básico melhorado até 2015, o que retarda o cumprimento da Meta do Desenvolvimento do Milênio de 2015, que prevê a redução, pela metade, da população existente em 1990 sem acesso a serviços de saneamento. Segundo o Ministério das Cidades, tendo como base o ano de 2010, o abastecimento de água atende a mais de três quartos da população brasileira (81%), ultrapassando a meta do compromisso internacional. Entretanto, somente 46% contam com coleta de esgotos e apenas pouco 38% do esgoto coletado recebe algum tipo de tratamento. Os números são preocupantes. No entanto, para acelerar a universalização do acesso à água e esgoto, concessionárias deste tipo de serviço e empresas privadas vêm buscando sistemas de tratamento de esgoto e reúso de efluente capazes de atender altos parâmetros e às diferentes características locais, com flexibilidade e rapidez. O mercado já conta com soluções modulares e customizadas, que vem ao encontro nas necessidades nacionais e podem ser ampliadas futuramente. Esse mercado tem sido impulsionado por boas iniciativas do governo e do setor privado. Um bom exemplo é o novo pacote de investimentos que será lançado no início de junho e que prevê a aplicação de R$ 508,5 bilhões entre 2013 e 2033 para universalizar o acesso à água e ao esgoto tratados. Esses aportes vêm sendo discutidos desde 2007, quando o governo federal lançou o Plano Nacional de Saneamento Básico (PlanSab). Com essas iniciativas, o cenário começa a tomar um novo rumo, com perspectivas de melhora. Afinal, investir em saneamento é investir nas pessoas, promovendo melhores condições de vida, mais saúde e menos perdas humanas. Nota do Editor: Giovani Toledo é gerente de mercado da Unidade de Negócios Mizumo - referência nacional em estações pré-fabricadas para tratamento de esgoto sanitário.
|