A conferência sobre mudanças climáticas, realizada no Reino Unido no início do mês, alertou que o degelo causado pelo aquecimento global é uma ameaça às cidades costeiras sendo que muitas podem até desaparecer. Além disso, o fenômeno pode obrigar o deslocamento de milhões pessoas em diversas áreas do planeta e reduzir a produtividade agrícola.

"Os estudos mostram que para nós, brasileiros, haverá uma mudança do padrão da floresta Amazônica, transformando-a de tropical em um cerrado. O impacto poderá ser muito importante para a nossa própria espécie", disse o diretor de campanha do Greenpeace, Marcelo Furtado, em entrevista à rádio Nacional AM.

O aquecimento global, chamado de efeito estufa, ocorre devido a uma grande concentração de gases na atmosfera. Eles modificam as características da atmosfera fazendo com que a quantidade de calor retida no planeta seja muito superior ao nível considerado normal. Segundo estudiosos do problema, o aquecimento tem sido provocado em sua maior parte pelas atividades do homem e pela liberação de gás carbônico (CO²) pelos veículos.

No Brasil o desmatamento é apontado como o maior contribuinte para as inconstâncias climáticas. O Guiness 2005, livro dos recordes, aponta o país como campeão mundial em área desmatada nos últimos 100 anos. Segundo Furtado, se o mundo parasse de produzir qualquer tipo de gás poluente ainda seriam necessários 50 anos para recuperar o estrago já produzido.

Entretanto, afirma Furtado, algumas medidas podem ser tomadas em curto prazo. Como exemplo ele cita o uso de energias renováveis, o desenvolvimento e aplicação de políticas de governo para coibir as tecnologias sujas e, principalmente, orientar a população. "Agora, obviamente, o processo de mudança fundamental tem que ocorrer nos países ricos, onde se tem um consumo absolutamente insustentável", ressaltou.