A água é considerada um dos recursos naturais mais valiosos de nosso planeta e, por isso, a procura por alternativas que garantirão o abastecimento no futuro é um dos principais desafios da sociedade. Apesar de ser cada vez maior o número de campanhas de conscientização, uma pesquisa feita pelo Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) para o “Programa Água Viva”, parceria entre o WWF-Brasil e o HSBC, que ouviu 2002 pessoas em 26 estados do país, mostrou que 48% da população brasileira afirma consumir água com baixa preocupação. Os dados divulgados este ano também mostram que 30% demoram mais de 10 minutos no banho e 29% dos domicílios do Nordeste enfrentam constante falta de água. Nos últimos anos, o que se tem discutido é a possibilidade de contermos os gastos desnecessários e, ainda, garantirmos uma vida de qualidade. Para isso, governos de diversas regiões do Brasil e empresas privadas estão investindo constantemente no uso de sistemas que promovem o tratamento da água e de seus efluentes. Hoje, já existem no mercado soluções capazes de atender às necessidades especificas de diferentes indústrias, como a das fabricantes de bebidas, por exemplo, cujo mercado já conta com o apoio de tecnologias que garantem a eficiência do produto final e o melhor aproveitamento dos recursos hídricos durante os processos realizados na planta. Atenção com os nossos hábitos Quando falamos em tratamento, não podemos deixar de pensar no saneamento. É preciso levar em consideração as condições da água oferecida à população, pois o que provém de mananciais, fontes subterrâneas ou superficiais, não atende às normas de controle estabelecidas por órgãos como a Secretaria de Vigilância em Saúde, subordinada ao Ministério da Saúde, e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O descarte inadequado de resíduos industriais e a falta de tratamento do esgoto doméstico interferem diretamente na qualidade da água dos rios, lagos, represas e lençóis freáticos. Em outras palavras, estamos olhando para um fenômeno sistêmico, em que os efeitos gerados por atos isolados, de indivíduos e organizações, acabam se somando para gerar danos que, muitas vezes, podem ser irreversíveis. Após uma série de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, foi criado um sistema capaz de gerar dióxido de cloro, grande aliado quando se pensa na obtenção de água potável. Patenteada localmente, a tecnologia é 100% nacional e oferece uma série de benefícios, como praticidade na hora da manutenção e custo acessível. O dióxido de cloro pode operar em diferentes faixas de PH (entre 3 e 10) e, ainda, reage rapidamente com os microorganismos. O desperdício doméstico também é um grande obstáculo a ser vencido, pois um banho de 10 minutos, por exemplo, gasta em média 100 litros de água. Isso equivale, aproximadamente, à quantidade que um adulto deve ingerir num período de 50 dias. O mesmo levantamento feito pelo Ibope apontou que 68% das pessoas enxergam a questão como a principal causa para o problema de abastecimento no futuro. Ou seja, muitos se preocupam com o tema, mas poucos colocam em prática novos hábitos, como fechar a torneira enquanto escovam os dentes ou evitar lavar calçadas com mangueiras. Para alcançarmos resultados cada vez melhores, além do desenvolvimento tecnológico, o trabalho de conscientização deve ser intensificado. Para se ter uma ideia da lacuna que deve ser preenchida, foi constatado que 87% dos entrevistados não conhecem a Agência Nacional de Águas (ANA), órgão regulador criado pelo governo federal em 2000. Sociedade civil, iniciativa privada e governo devem se unir, deixando claro o papel de cada um na busca por uma vida de qualidade e harmonia com o mundo natural. Nota do Editor: Jefferson Texeira é gerente Comercial da Beraca, empresa brasileira que mais investe em tecnologias sustentáveis para o tratamento de água.
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