O tempo que parece cada vez mais acelerado e as ocupações do cotidiano quase me fizeram deixar passar um momento especial: minha filha de quatro anos conseguiu escrever, com a minha ajuda: "Mamãe, eu te amo!". Ela é muito curiosa e seu sonho é ler e escrever. Ganhou uma maletinha cheia de letrinhas, e aos poucos fomos ensinando algumas palavras. Ela, sempre atenta, aprendeu rápido. Ontem, pediu um caderno e algumas canetinhas coloridas. Fui soletrando e ela escreveu uma a uma, até que a frase surgisse. Me entregou toda contente, e afirmou que em breve deixará outras declarações espalhadas pela casa. Claro que achei lindo e daqui a pouco colarei orgulhosa o papel na geladeira, para ver todos os dias. O estranho é que naquele instante, não percebi a importância afetiva e o desenvolvimento intelectual da minha pequena. Só mais tarde é que refleti a respeito. Não quero permitir que as exigências do tempo e da vida me impeçam de apreciar o doce sabor do amor.
Nota do Editor: Sayonara Lino é jornalista, com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atualmente finaliza nova especialização em Televisão, Cinema e Mídias Digitais, pela mesma instituição. É colunista do Literário e também do Sorocult.com.
|