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Meio Ambiente
13/05/2011 - 18h08
Memória das plantas?
Regina Motta
 

Você, que ama as plantas, costuma conversar com elas? Muitas vezes é considerada no mínimo “estranha” a pessoa que fala com suas plantas. Se esse é o seu caso, agora você tem um argumento bem forte para justificar-se!

Saiba que uma experiência feita pela Universidade de Varsóvia constatou que as plantas são mais sofisticadas do que parecem - elas têm formas primitivas de memória, raciocínio e aprendizado. Ou seja, inteligência. Os cientistas poloneses colocaram uma planta da espécie Arabidopsis thaliana (parente da mostarda) num ambiente escuro. Em seguida, projetaram um feixe de luz sobre uma folha.

Eles descobriram que essa folha era capaz de enviar instruções para as demais folhas que, apesar de não estarem recebendo nenhuma luz, imediatamente começaram a se preparar para recebê-la.

As plantas também são capazes de se lembrar, por até 4 dias, quando foi que receberam luz pela última vez - e até a tonalidade exata dessa luz. Os cientistas supõem que as plantas usem essa informação para saber em qual época do ano estão. "Isso poderia ajudá-las a se preparar contra doenças típicas de cada estação", dizem os autores do estudo.

Para a memória e a comunicação das folhas é usado um sistema de enzimas, que são armazenadas e transportadas pela planta. É o mesmo princípio que permite que as plantas "conversem".

Em 2007, cientistas holandeses descobriram que os indivíduos de uma espécie de trevo, o Trifolium repens, estão interconectados e alertam uns aos outros da presença de lagartas parasitas - ameaça à qual as plantas reagem deixando suas folhas mais duras e menos apetitosas.

Investigadores descobriram que as plantas são capazes de "lembrar" e "reagir" à informação contida na luz.

Elas transmitem informações sobre a intensidade e qualidade da luz de folha em folha, de uma forma muito semelhante ao nosso sistema nervoso. Estes "sinais eletro-químicos" são conduzidos por células que atuam como "nervos" nas plantas.

Os pesquisadores usaram imagens de fluorescência para ver como as plantas respondiam. A luz que brilhou sobre uma folha causou que a planta inteira respondesse. E a resposta, que assumiu a forma de reações químicas induzidas pela luz nas folhas, continuou no escuro - ou seja, a planta se "lembrou" da informação codificada na luz.

O que foi ainda mais peculiar é que a reação das plantas mudou conforme a cor da luz que as atingiu. Os pesquisadores suspeitam que as plantas possam usar a informação codificada em função de estimular reações químicas de proteção, já que o efeito de diferentes cores de luz afetou a imunidade das plantas a doenças.

Quando se brilhava uma luz na planta por uma hora e as infectava com um vírus ou bactérias 24 horas depois, a planta resistia à infecção. Mas quando a planta era infectada antes de brilhar a luz, ela não conseguia construir a resistência.

Ou seja, os cientistas afirmam que a planta tem uma memória específica para a luz que constrói a sua imunidade contra patogenias, e ela pode adaptar essa memória a diferentes condições de luz, afinal cada dia ou semana de uma temporada tem uma "qualidade de luz" característica.

Os pesquisadores dizem que isso pode ser considerado uma forma de inteligência.

Quanto mais a Ciência procura desvendar os mistérios da Natureza, maiores as surpresas e as constatações de que sabemos muito pouco sobre a sua sabedoria!


Nota do Editor: Regina Motta é responsável pelo site de divulgação de produtos e profissionais ligados ao Paisagismo, Jardinagem e Meio Ambiente (www.paisagismodigital.com.br) é membro associado do Grupo de Estudos de Comércio Exterior do Unifieo - Geceu.

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