Os meios de transporte, embora sejam necessários para as atividades dos indivíduos, estão entre os principais emissores de poluentes na atmosfera. Consciente deste fato, a indústria automobilística vem procurando desenvolver alternativas que unam tecnologia e sustentabilidade em prol da mobilidade humana nas grandes cidades. O carro elétrico é a principal aposta. De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico – ABVE, estes automóveis contabilizam hoje três milhões de carros no mundo, o que representa 1% do total da frota internacional. Enquanto os veículos convencionais funcionam com a combustão da gasolina, que libera CO2 na atmosfera, os veículos elétricos são alimentados com a recarga constante da bateria, por isso emitem menos gases poluentes, conforme explica o gestor de Sustentabilidade e sócio-diretor da ECCOX Ambiental, João Ricardo Magalhães Gonçalves. “Eles funcionam basicamente como um aparelho eletrônico, com bateria recarregável. Apesar de ecológico, o que chama a atenção é o fator econômico, pois o custo de um quilômetro rodado é cinco vezes menor que de um carro tradicional. O quesito economia somente não é mais vantajoso porque o preço da aquisição do veículo ainda impossibilita a expansão da frota limpa pelo país”, destaca João. O carro solar também faz parte da rede automotiva ‘verde’. Produzido com painéis que transformam a luz em energia chegam a percorrer até três mil quilômetros. O único empecilho que pode vir a prejudicar a sua locomoção é a falta do sol. Já o carro híbrido é uma mistura entre o convencional e o alternativo. Funciona com bateria elétrica, mas também com combustão. Apesar de ser menos poluente que os veículos normais, ainda assim, emite gás CO2. “Apesar de não ser uma novidade, na virada do ano 1900, os automóveis elétricos eram mais comuns do que os automóveis a gasolina na maior parte das cidades americanas e ninguém acreditaria que ocorreriam mudanças significativas. No ano de 1900 foram produzidos 1575 automóveis elétricos contra 936 carros a gasolina, o modelo do carro elétrico passa a ser difundido como modelo sustentável, entretanto, em algumas situações, ele pode ser até mesmo mais poluente, dependendo de qual matriz energética será adotada para a produção desta nova demanda de energia”, alerta João. Produção em larga escala Para incentivar a produção nacional de veículos elétricos, os Ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento e Ciência e Tecnologia têm como projeto a criação de um programa que visa à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) destes carros. Estima-se que a carga tributária passará de 25% para a faixa entre 7% e 18%, de acordo com a cilindrada. O programa também prevê a criação do Regime de Inovação Automotivo, previsto para ser lançado em 2011, que tem como proposta desenvolver tecnologias alternativas de motores tanto para carros quanto para ônibus. “Mas, é importante ficar atento às novidades, pois o setor de geração energética tem efeitos muito mais danosos ao meio ambiente do que o setor de transportes. Caso seja economicamente necessária a viabilização de uma reinvenção mundial de veículos e da necessidade de aumentar a demanda para se fazer investimentos no setor energético, devemos nos atentar que sustentabilidade está também ligada às questões social e ambiental” reforça João. Experiências mundiais Internacionalmente, a proposta já ganhou adeptos, inclusive iniciativas governamentais para a compra. No Japão, os carros elétricos são isentos do imposto nacional sobre o peso dos veículos. Nos EUA, foi disponibilizado US$ 2,4 bilhões em recursos federais para criação de baterias e veículos híbridos e elétricos. Fora o subsídio de US$ 7.500 para os compradores. Já o Reino Unido lançou um pacote de 250 milhões de libras para a criação de uma rede de transporte verde. Em Israel, o governo concedeu benefícios fiscais para que os carros com emissão zero paguem alíquota de 10%, enquanto os tradicionais, 79%. Na Alemanha foi aprovado um plano de incentivos para a compra dos veículos. A estimativa é que, em 2020, cerca de um milhão de veículos elétricos estejam em circulação.
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