O tempo É fascinante observar o fenômeno da sensação de que o tempo está passando mais rápido, que vivenciamos em nossa sociedade. Num piscar de olhos, 2010 está acabando e já começamos a fazer planos para 2011. Os resultados do terceiro estudo sobre o Comportamento do Consumidor em Super e Hipermercados, realizado pelo Popai Brasil, que acabam de ser divulgados, expressam claramente isto. Basta comparar os números do primeiro estudo, realizado em 1998, com os atuais. Em 1998, o tempo médio de permanência nessas lojas era de 1h e 18 minutos. Hoje, é de apenas 34 minutos. Compramos 129% mais rápido! Em 98, tínhamos mais tempo para passear nas lojas, o que considerávamos um programa, pois 71% das pessoas faziam compras acompanhadas. Hoje, 70% vão sozinhas às lojas. A proporção, literalmente, se inverteu. Outro ponto: na primeira pesquisa, 75% dos compradores passavam por todas as seções das lojas. Hoje, só 38% o fazem. Os homens Sempre consideramos as mulheres compradoras profissionais, enquanto os homens são "os amadores", que compram supérfluos e não têm o menor interesse por essa atividade. Mas vejam só que interessante: no período de cerca de uma década, entre uma pesquisa e outra, a presença de homens comprando subiu de 15% para 32%, ou seja, mais do que dobrou! Pode ser até que ainda não saibamos comprar... mas estamos tentando bastante! O dinheiro Creio que vai ser uma surpresa para você, mas 58% das compras são pagas em dinheiro vivo. Só 18% das pessoas usam cartões de crédito, 15% cartões de débito, 5% cartões de supermercados. Disto, podemos deduzir que existe uma quantidade gigantesca de pessoas no Brasil que não têm acesso a serviços bancários e ainda não tiveram como chegar às facilidades (e às responsabilidades!) que os cartões de crédito nos proporcionam. O impulso Continuamos comprando muito por impulso. O número exato: 125% itens a mais do que pretendíamos comprar ao entrar nas lojas, sendo que 76% das escolhas das marcas são realizadas dentro do ponto de venda. O interessante é que a quantidade de produtos mais do que dobra, mas o ticket médio não. A intenção de gastar aferida, de R$ 45,60, varia apenas em mais R$ 0,30, quando comparada com o valor efetivamente gasto. Logo, nas lojas as pessoas estão optando por mercadorias mais baratas ou embalagens reduzidas, de forma a que suas compras aumentam em itens, mas permanecem dentro dos seus orçamentos. Estes são apenas alguns dados de uma pesquisa riquíssima, que traz informações fundamentais para as empresas atuarem melhor nesse modelo de ponto de venda, apresentando sempre novidades que seduzam compradores cada vez mais apressados. Nota do Editor: Gilberto Strunck, é Sócio-Diretor da DIA Comunicação. Autor de vários livros sobre design, é Professor da UFRJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Conselheiro do POPAI Brasil e membro do Bord Internacional desta entidade.
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