De tanto desejar, concretizou. Insaciável, assim poderia ser definida Lia, que ia e vinha, que ria, e não sabia se poderia. Exótica, espalhafatosa, hiperbólica, excessivamente adjetivada. A mulher explosiva que não desistia. E cumpria. A menina que cresceu sonhando, ardendo e esfriando, volátil, que passava madrugadas observando a lua, que trocava a casa pela rua, que queria, e ia... A moça faladeira, guerreira, sensível e impulsiva, neurótica, sã, desesperada e em alguns momentos contida, exótica, excêntrica. Intrigante a tal Lia, que escrevia, mas não lia, porque não parava quieta, sempre pensando no que viria. Mal sabia... Que daria certo, que conquistaria, que comemoraria, e gargalharia, porque duvidavam, mas ela... Ah, ela sabia! Percebia através dos olhos do mundo a compensação que receberia.
Nota do Editor: Sayonara Lino é jornalista, com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atualmente finaliza nova especialização em Televisão, Cinema e Mídias Digitais, pela mesma instituição. É colunista do Literário e também do Sorocult.com.
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