O tempo passa e o cotidiano absorve o que ainda não posso compreender. Caminho entre incertezas, sem garantias, mas acreditar sustenta meus desejos. A impermanência me acompanha e sigo o caminho que suponho ser o mais adequado aos meus anseios. Deixar para trás o que nada acrescenta pode ser uma forma de renovação. O bom da vida é poder recomeçar. De verdade, nada sei. Foi necessário assumir minha impotência diante do inevitável. Apenas segui. Enxergo beleza no inimaginável, me surpreendo com o que parece trivial para outras pessoas, me alegro ao ver um pedaço de papel elaborando coreografias em meio à ventania. Faço mais do que posso e menos do que gostaria. Vivo intensamente e procuro calmaria sem tédio. Paz sem melancolia, felicidade sem estardalhaço, doação sem recompensa. Gosto de estar em minha companhia, persisto por convicção, preciso ampliar meus horizontes, experimentar para saber qual é o gosto de arriscar sem receio. Nada é preciso. Preciso vivenciar mais do que o possível.
Nota do Editor: Sayonara Lino é jornalista, com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atualmente finaliza nova especialização em Televisão, Cinema e Mídias Digitais, pela mesma instituição. É colunista do Literário e também do Sorocult.com.
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