Há muitos anos, não se ouvia falar em tantas chuvas como no verão que se finda. Rios transbordando, cidades alagadas, represas em sua capacidade máxima de armazenamento que, fora grandes transtornos e tragédias, podem trazer às pessoas a falsa ideia de que temos água em abundância. Não é assim. Cada vez mais, a população brasileira e mundial sofre com a escassez de qualidade. Estima-se que mais de 1,4 bilhão de pessoas no mundo vivam sem acesso à água potável, um dado bastante preocupante. Indispensável para a manutenção da vida na Terra, a água, assim como outros recursos, se bem utilizada, é geradora de riquezas, seja na irrigação, na produção de energia, lazer ou na navegação e, principalmente, de saúde. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 50% da taxa de doenças e morte nos países em desenvolvimento ocorrem por falta de água ou pela sua contaminação. Nós, brasileiros, somos, sim, privilegiados, pois contamos com aproximadamente 12% de toda a água doce do planeta, temos o maior rio do mundo - o Amazonas - e o maior reservatório de água subterrânea - o Sistema Aquífero Guarani. Porém, temos problemas proporcionais a esta disponibilidade: 70% dessa água estão na Amazônia, onde vivem apenas 7% da população; a Região Nordeste recebe 3% do volume; em Pernambuco, existem apenas 1.320 litros de água por ano por habitante e, no Distrito Federal, são 1.700 litros, quando o recomendado são 2.000 litros. Além da má distribuição, imperam o desperdício, o descarte de esgoto in natura nos rios e mananciais (hoje, 90% do esgoto produzido no País é despejado em rios, lagos e mares sem nenhum tratamento), a falta de políticas públicas voltadas ao saneamento básico, colocando em risco a vida humana e o desenvolvimento do Brasil. A situação é grave: para cada 1.000 litros de água utilizados, outros 10 mil são poluídos. Daí a necessidade de adoção de práticas e ações que promovam a reversão deste cenário. No dia 22 de março, Dia Mundial da Água, este ano sob o tema "Água Limpa para um Mundo Saudável", temos a oportunidade de evidenciar formas possíveis e acessíveis para evitar o consumo desnecessário e errôneo da água e promover o melhor aproveitamento dos recursos hídricos. Como seres humanos, temos o diferencial da consciência, que permite agir de forma responsável, em favor do meio ambiente e de nós mesmos. Pequenas rotinas diárias podem ajudar a transformar esses números. Evitar vazamentos, não deixar torneiras abertas sem necessidade, não lavar calçadas com mangueiras, não jogar lixo nas ruas e nos rios parecem ideias tolas, mas são de grande valor. O mercado nacional conta com empresas especializadas em soluções sanitárias, que disponibilizam sistemas de tratamento de água e esgoto que diminuem o efeito nefasto do descarte indevido de dejetos industriais e domésticos no ambiente. Ressalta-se ainda a necessidade de se intensificar o reúso de água tratada, que permite significativa economia de recursos hídricos – e de custos com abastecimento de água. Fazer uso da água e de seus benefícios é um direito de cada cidadão, mas é um dever de todos agir para melhorar o ambiente em que vivemos. Nota do Editor: Giovani Toledo é Gestor de Unidade de Negócios Mizumo – unidade de negócios do Grupo Jacto, especializada em sistemas compactos de tratamento de esgoto sanitário.
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