Há alguns anos atrás, ouvi dizer que a felicidade seria como uma grande colcha de retalhos, tecida ao longo dos anos. Cada parte da colcha representaria um momento vivenciado. Naquele instante, imaginei uma colcha de retalhos toda colorida, composta por quadrados delicadamente bordados. Cada um deles despertava em mim uma emoção ao ser lembrada. Para cada pessoa, a almejada felicidade tem significados diferentes. Pode ser um grande sonho, como constituir uma família harmoniosa, conseguir um emprego que traga status e boa remuneração, comprar um imóvel, um carro, fazer a viagem dos sonhos, encontrar um amor para toda a vida, ter longevidade. Muita gente ainda associa felicidade a um estado permanente e linear. Há aqueles que a colocam em um futuro distante e esquecem de vivenciá-la nas coisas simples de cada dia. Minha opinião a respeito transformou-se gradativamente. Faz um bom tempo que acredito na construção da felicidade bem sedimentada em meu íntimo. Costumava buscá-la fora de mim, mas logo percebi que ficaria muito vulnerável às variações naturais da existência. Já a procurei em bens materiais e nas pessoas e, embora saiba da importância de ambos, prefiro dar a dimensão exata a cada um: nem menos, nem mais. Considero a gratidão como um dos melhores temperos da vida, pois aprendi a valorizar o que tenho e me sinto em paz. Sou feliz por ter amadurecido e pela percepção de viver em estado de graça. Andar de mãos dadas com a vida, com todos os seus contrastes é minha grande satisfação e, certamente, minha maior felicidade.
Nota do Editor: Sayonara Lino é jornalista, com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atualmente finaliza nova especialização em Televisão, Cinema e Mídias Digitais, pela mesma instituição. É colunista do Literário e também do Sorocult.com.
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