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Meio Ambiente
05/01/2010 - 12h06
Empresas tendem a ser mais limpas
Luiz Antonio Balaminut
 

Na jogada final em Copenhague, durante a 15ª Reunião das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP15), a realidade falou mais alto e os chefes de estados e ambientalistas presentes tiveram que se contentar com discursos protocolares e assinaturas de cartas de intenções, ou nem isso, e deixar para outro encontro (2010, no México) o tão esperado acordo em conjunto sobre emissões de gases poluentes e de efeito estufa.

A sensação de impotência coletiva prevaleceu durante todo o encontro. Há quem diga que o planeta perdeu. Há quem diga que um acordo de envergadura, com metas definidas de emissão e investimentos programados pelos países ricos e em desenvolvimento para redução da pobreza, além de utópica, não tinha consistência prática.

Abre-se aí o leque para os mais diversos argumentos, tanto de ordem técnica como política. A desconfiança entre EUA e China, que levou ambos à defesa de critérios menos rígidos para a redução de gases, é apenas uma amostra da situação.

O fato é que ninguém estava disposto a colocar as mãos no bolso de maneira isolada e todos que se dispuseram a ajudar apresentaram montantes considerados irrisórios, quando não fictício (US$ 100 bi até 2020), para enfrentar o problema global.

Mesmo assim, a falta de um acordo em Copenhague não significa o fim do mundo, como tentam fazer crer os ambientalistas mais radicais. No plano dos negócios, a definição de metas antipoluentes aceleraria, de maneira integrada, investimentos em tecnologias limpas, o que seria excelente a quem está de olho nesses novos mercados para investir.

Certamente, no Brasil, a entrada de recursos seria fortalecida, tendo-se em vista a amplitude do mercado interno e a vantagem de a crise não ter causado muitos estragos por aqui.

As empresas globais sabem, no entanto, que a opinião pública vai cobrar avanços. Por isso, elas não podem adiar seus planos de investimentos em matrizes produtivas capazes de gerar menos sujeira. Isso deve continuar acontecendo inclusive por questões econômicas.

Nesse sentido, a competitividade entre elas tende a se pautar pela preocupação ambiental. Consequentemente, a pressão sobre as empresas em geral tende a ser mais rigorosa, tendo em vista que as legislações dos países democráticos também vêm sendo ajustadas para cercar e punir os empreendedores menos criteriosos.

O ideal, no entender dos ambientalistas, seria que o mundo fosse obrigado a atingir objetivos em comum, proporcionais às suas capacidades de investimento. E que os pobres recebessem recursos para avançar. Isso não comprometeria a competitividade das empresas, uma vez que todas estariam submetidas às mesmas regras. A diferença agora é que as iniciativas terão que ser isoladas, o que pode desequilibrar a balança. Mas as empresas que souberem agir com rapidez nesse cenário, e mostrar resultados, terão a preferência dos consumidores. Sem contar que terão de fato vantagens competitivas.

No caso do Brasil, o movimento dos governos e da sociedade tem caminhado para atender a demanda por menores emissões. A tendência, portanto, é que os governos federal, estaduais e municipais tenham suas legislações fortalecidas para evitar o afrouxamento na defesa dos recursos naturais. E passem a atrair, cada vez mais, empresas com propostas modernas, que se orientem pelo princípio elementar de proteção à fauna, à flora, ao ar, enfim, à vida no planeta.

Inserida nesse contexto o grupo instituído pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) estuda a reformulação da Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 15, que estabelece a necessidade de divulgação de informações referentes à interação das empresas com o meio ambiente. O objetivo é divulgar ativos e passivos ambientais nos balanços das organizações, para conhecimento e comparação das organizações do mesmo setor e de segmentos distintos.

Em julho, a proposta foi discutida em audiência pública durante o Congresso Internacional de Contabilidade Socioambiental, ocasião em que o grupo de estudos recebeu sugestões para a reformulação da norma, que deverá entrar em vigência a partir de 2011. O objetivo é disciplinar a relação que as empresas têm com o meio ambiente, com o intuito de que elas possam reconhecer, classificar e mensurar seus desempenhos.

De uma forma geral, as empresas de contabilidade também têm procurado adotar procedimentos menos poluentes e de tecnologia limpa para diminuir as agressões ao meio ambiente. A implementação da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), por exemplo, ajudou a evitar, apenas este ano, a emissão de cinco milhões de notas em papel, o que consequentemente reduziu o número de árvores derrubadas para este fim. A imagem das empresas também ganha muito com isso, pois ser considerada ambientalmente correta é algo valorizado tanto por investidores internos quanto por externos.


Nota do Editor: Luiz Antonio Balaminut é conselheiro da Câmara Técnica e coordenador do SPED e XBRL do Conselho Federal de Contabilidade – CFC.

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