Um projeto de educação ambiental idealizado por uma equipe de pesquisadores de seis campi da UNESP está envolvendo professores e alunos do ensino médio, com vistas à preservação do Rio Paraíba do Sul que passa pelos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Com extensão de cerca de 1.150 km, meio de subsistência para mais de oito milhões de pessoas de 180 municípios, o rio, que é o principal manancial de abastecimento da região metropolitana do Rio de Janeiro, vem sofrendo árduo processo de deteriorização. Detritos domésticos e industriais de cerca de 2.500 indústrias (apenas no trecho paulista), despejados em seu leito, comprometem a qualidade das suas águas. "A idéia do projeto é contribuir para a investigação de novos modelos de processo de Educação Ambiental em contexto de novas tecnologias buscando conscientizar os alunos na preservação do rio", diz o docente e engenheiro da Faculdade de Engenharia (FE) da UNESP, campus de Guaratinguetá, Jânio Akamatsu. No total, são cerca de 280 alunos participantes voluntários. Eles desenvolvem atividades como coleta e medição quinzenal do nível de contaminação da água (ph, coliformes fecais...) em diferentes pontos do rio, produção de documentários em vídeo, construção de maquete, exposição de fotos, entre outras. Em uma campanha de combate ao desperdício de água e luz, os alunos fazem um levantamento histórico e análise comparativa das contas das residências dos próprios alunos e das suas escolas. "São práticas que ajudam na economia que já começam a surtir efeito", diz o pesquisador. Produção de vídeo documentário O estudante de 2º ano em Eletrônica, do Colégio Técnico, de Guaratinguetá, José Marcelo Wendling, resolveu participar espontaneamente do projeto de preservação do Rio Paraíba do Sul. Ele e mais quatro colegas produziram um vídeo documentário com depoimentos de políticos, pesquisadores e escritores sobre a história e a importância do Rio São Paraíba do Sul. "Quero dar a minha contribuição na conscientização para a preservação do meio ambiente", diz. Temas como o destino de esgoto doméstico, ocupação desordenada, mata ciliar são os que mais se destacam nos trabalhos. Thiago Bimestre, também do 2º ano em Eletrônica, participou de coletas de água no rio próximo à Basílica da Aparecida, "que não possui tratamento de esgoto". Em Pindamonhangaba, sob a orientação da professora de Química Marta dos Santos, os alunos além de fazer coletas em vários pontos do rio, medem o seu nível de contaminação nos próprios laboratórios da escola. As atividades incluem ainda passeios de sensibilização por trilhas nas margens e monitoramento do nível do leito do rio. A aluna Jéssica Ribeiro, do 2º ano, diz que depois que começou a participar do projeto passou a dar maior importância para as questões ecológicas e do meio ambiente, "a ponto de até arrumar briga com a minha vizinha que costuma lavar a calçada com jatos desde água", conta.
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