A preocupação ambiental é a realidade das empresas modernas. O meio ambiente tornou-se tema de primeira ordem para empresários preocupados com o crescimento global e diferenciado que precisam dar as suas empresas. Programas como Sistema de Gestão Ambiental (SGA), Programa de Gestão Ambiental (PGA) e ISO 14001 deixaram de ser siglas herméticas para integrarem de forma concreta a estratégia de negócios entre empresários e seus gerentes. Não se trata de um despertar tardio da consciência ecológica no ramo empresarial e sim de uma estratégia que pode levar a vantagens competitivas ao promover a melhoria contínua dos resultados ambientais da empresa. Sem falar da minimização dos impactos ambientais das atividades empresariais, que resultarão em considerável ganho financeiro. Com este novo pensamento, que aos poucos ganha o devido diferencial nas gestões empresariais, a empresa "ecológica" estará se antecipando às auditorias ambientais públicas, promovendo ainda a redução de custos e riscos com a melhoria de processos e a racionalização de matérias-primas, diminuição do consumo de água e energia elétrica e, mais, a redução de riscos de multas e responsabilização por danos ambientais. No processo para "ecologizar" as empresas, a alternativa é investir em programas de conscientização e sensibilização dos funcionários para as políticas da empresa, em especial, a ambiental, já que a consciência ambiental não resulta de portarias, normas ou, ainda, de cima para baixo, mas de dentro para fora. Sendo assim, não é suficiente a implantação de uma boa política ambiental ou obtenção da ISO 14001, vale a pena todo o empenho da empresa para mobilizar seus funcionários. As empresas são obrigadas a dar especial atenção a questão ambiental, menos pela pressão dos ambientalistas ou exigências legais, mas sim por outros fatores, tais como alcance de uma certa excelência ambiental para obtenção dos chamados "selos verdes", do tipo ISO 14000, para evitar barreiras comerciais a seus produtos no Exterior. Para obtenção de recursos financeiros via BNDES, por exemplo, devem adequar-se às exigências do Protocolo Verde, empresas poluidoras ou que não cumprem acordos ambientais têm poucas chances de obter ou manter empréstimos; quando são multinacionais cujas matrizes estão em países da Europa ou nos Estados Unidos, onde a opinião pública é bem mais sensível às questões ambientais, precisam dar satisfações aos acionistas a fim de garantir cargos e recursos nas filiais. Finalmente, a intenção dos ambientalistas, aparentemente, não é a perseguição aos empresários, e sim estimulá-los a priorizar recursos e ações no sentido de controlar a poluição e recuperar o passivo ambiental. Nota do Editor: Andrea Vieira Casal é advogada do Escritório Zulmar Neves Advocacia.
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