Consumimos o tempo, lugares, pessoas, objetos, afetos, sensações, ao máximo. Sentimos prazer e dor, preenchimento fugaz e tédio. Absorvo a manhã e dela extraio o melhor que sou capaz. Ao longo do dia, consumo meus pensamentos, os alheios e elaboro idéias que ora compartilho, ora guardo. Calada, em meu universo, consumo o silêncio e o correr das horas. Consumo as letras, palavras, frases de outros e misturo com muito do que há em mim. Dessa miscelânea interligada, brotam pedaços do que me compõe desde minha chegada aqui. Consumo o ar para permanecer, a alegria a fim de renovar e sigo para deixar uma marca. Alguém, em alguma parte, poderá consumir o que deixei registrado. São as pegadas, os rastros. Consumimos até não podermos mais.
Nota do Editor: Sayonara Lino é jornalista, com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atualmente finaliza nova especialização em Televisão, Cinema e Mídias Digitais, pela mesma instituição. É colunista do Literário e também do Sorocult.com.
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