Enquanto o São Paulo Fashion Week e outros desfiles realizados por todo o Brasil mostram toda a criatividade dos estilistas brasileiros, nos bastidores uma grande mudança vem acorrendo. Para não ter o mesmo fim de tantas marcas que fizeram muito sucesso em décadas passadas, e que simplesmente desapareceram do mercado, o setor de modas vem se profissionalizando. Mais do que isso, os empresários do setor estão cada vez mais preocupados em adotar um modelo de gestão eficiente. Os exemplos do passado, onde o próprio estilista também atuava como presidente e responsável pelas decisões estratégicas, mostraram-se ineficazes e, atualmente, os donos das marcas mais cobiçadas pelo consumidor brasileiro querem ser reconhecidos tanto pela criatividade das suas coleções como pela eficiência de seus negócios.

Ao contrário da maioria das empresas de outros setores produtivos, que lançam um produto e podem viver durante anos com o sucesso obtido por ele, a indústria da moda tem que se reinventar pelo menos duas vezes por ano, a cada coleção de primavera/verão e de outono/inverno. Cada coleção, por sua vez, pode ter centenas de itens. Um erro de avaliação quanto ao custo dos itens, ou até mesmo dos modelos, pode ser fatal para a empresa. É aí que entra a consultoria especializada, que pode ajudar o dono da marca a integrar os diversos departamentos, como criação e vendas. Afinal, não basta criar, é preciso ter certeza de que o mercado quer aquela criação. A consultoria pode, também, ajudar na estrutura dos custos - nem todos os empresários sabem como calcular o preço dos seus produtos. Aqui, duas perguntas são essenciais para o sucesso do produto: ele é vendável? Quanto deve custar? Se, antes, o estilista colocava o preço que queria em suas criações, hoje é o mercado quem dita os preços. Quem não conhecer o mercado, pode ter sérios problemas para vender seus produtos.

Assim, é cada vez maior o número de empresas do setor de moda que procura consultorias especializadas em busca de uma gestão mais eficiente, mais moderna e de forma mais profissionalizada. O segmento sabe que, para obter sucesso, é preciso ter um bom controle dos estoques, um modelo organizacional eficiente, uma excelente ferramenta de informações gerenciais e, sobretudo, uma boa gestão financeira. A grande diferença entre as marcas que desapareceram e as que continuam a fazer sucesso é a inteligência de mercado. Com a criatividade dos estilistas brasileiros, o setor de modas cresceu, conquistou mercados internacionais. Isso não permite mais erros. É preciso buscar a eficiência, pois só assim será possível manter o sucesso.

Nota do Editor: Roberto S. de Lacerda é sócio da Terco Grant Thornton, onde é o responsável pela área de Serviços Especializados.