Nada como o tempo e a maturidade para ampliar nossa visão. Quando era mais nova, na adolescência, acreditava que os relacionamentos supostamente sólidos – os familiares, as amizades e afins – não terminavam. Em minha doce imaginação, o passar dos anos ajudaria a fortalecer os laços, o que de fato acontece em alguns casos. Pena que a convivência deteriora e a negligência somada à intimidade que beira o desrespeito funcionam como ceifadoras de relações que poderiam resistir e tornar-se cada vez mais prazerosas.

Pelo jeito relacionamento humano também tem prazo de validade. Perecíveis e muito sensíveis às variações temperamentais, de valores, de rumo, do curso que é próprio a cada indivíduo. Não adianta insistir quando um está com os olhos voltados para o Norte e o outro para o Sul. Sem afinidade e sintonia nada flui. Insistir em algo desgastado, enfraquecido, é gastar energia que poderia ser melhor empregada em algo novo.

Relacionamentos precisam de oxigênio. O problema é que algumas pessoas poluem, são responsáveis pelo efeito estufa comportamental, deixam o outro de cabeça quente. Tóxicas, não reciclam, não respeitam o "ecossistema" alheio e fazem estragos. Dessas eu fujo, cara pálida.

O agravante é a tal da mentira. Essa é letal. Eu sou uma excelente detectora de mentirosos por conta de uma boa memória. Sabe aquele dia... sei! E com riqueza de detalhes. Acredite. Por isso estou peneirando, por conta desses pequenos detalhes estou promovendo mudanças. Havia cascalhos que foram deixados para trás.

Bendita coragem de abrir mão e permitir que algumas pessoas partam e bendita sabedoria para ficar sempre um pouco mais com todos aqueles que ainda valem a pena. Os que agregam, os que não sugam, os que se doam sem a cruel cobrança, os que tornam melhor a atmosfera de nossa vida.