Reencontrar-se e fortalecer-se na selva subterrânea, resgatar a identidade e desenvolver o potencial criativo, o talento inerente, a energia vital da psique que deve ser produtiva para que a mulher não esmoreça. Muitas vezes abrimos mão de nossos desejos profundos, porém difíceis, em troca de uma vida amena, aparentemente mais fácil, que rouba nossa essência e nos faz caminhar frágeis e fragmentadas. O que parece promissor e confortável pode conter armadilhas que alteram a percepção e mudam o foco. Em certos momentos é necessário rastejar sedenta, sem apoio aparente, sem recursos, guiada por forças desconhecidas, que levam a um caminho profundo e novo. Antes ignorado, traz consigo a possibilidade da resistência em meio às circunstâncias adversas. O tempo para esse trajeto ser percorrido com êxito é particular e deve ser experimentado intensamente, com coragem e devoção. A mulher instintiva e atenta, perceptiva e leal aos emaranhados de sua mente não está imune de tornar-se uma presa das facilidades mundanas, mas saberá retornar à sua casa, à sua natureza, esquivando-se com mais sabedoria das iscas que podem atraí-la para o oposto do que lhe foi naturalmente destinado.
Nota do Editor: Sayonara Lino é jornalista, com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atualmente finaliza nova especialização em Televisão, Cinema e Mídias Digitais, pela mesma instituição. É colunista do Literário e também do Sorocult.com.
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