Eu sou o tipo de pessoa que não insiste quando percebo que alguém não deseja estar em minha companhia, nem dizer “boa tarde” ou “até logo”. E respeito. Simplesmente deixo partir. O direito de um indivíduo termina onde começa o do outro. É preciso libertar. Quem dera se recebesse o mesmo de volta. Quantas vezes tento me afastar de alguém, por saber que a convivência não será saudável, ou por não ser o momento, por não estar preparada ou porque ainda estou com a ferida aberta. Mas o ser humano tem uma atração forte por aqueles que o ignoram. Tudo o que é difícil, dá trabalho e exige esforço pode ser a representação de um grande prêmio que foi conquistado a duras penas. O tempo passa e a insistência continua. Haja compreensão. Nem sempre o motivos da necessidade do distanciamento são óbvios. Você pode ter ferido fundo, lançado um comentário fora de hora, ter deixando um rastro de mágoas, errado sem querer ou ter faltado em um momento em que o outro desejava apoio, mais que qualquer outra coisa. A ausência grita. Por tudo isso ou por qualquer bobagem. Às vezes não foi nada de extraordinário, simplesmente acabou. Alguns digerem os fatos com rapidez e facilidade, outros seguem ruminando vida afora. Cada um é de um jeito, então o que resta é observar e saber o momento de permanecer ou sair de cena. Se você tentou, batalhou e não recebeu retorno, dê tempo ao tempo. As pessoas são singulares, cada qual com um ritmo interno, coloque-se no lugar delas. Tem de tudo nesse mundo, alguns estão arrasados, aflitos, devastados, outros estão tão eufóricos e contentes que não lembram de mais nada, sem contar os que não estão nem aí, fora de área. Seja qual for a situação, já que não existe regra para esses casos que são únicos, tenha dó: pare de insistir, dê uma trégua, poupe-se e economize o objeto de sua atenção.
Nota do Editor: Sayonara Lino é jornalista, com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atualmente finaliza nova especialização em Televisão, Cinema e Mídias Digitais, pela mesma instituição. É colunista do Literário e também do Sorocult.com.
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