Mesmice é continuar pensando as mesmas coisas, produzindo os mesmos sentimentos e prosseguir com os velhos comportamentos. É continuar com os achismos que foram achados lá atrás, há décadas, por você ou por alguém que fez o obséquio de lhe transmitir ou até mesmo impor tais idéias. É persistir nos conceitos pré estabelecidos e não averiguar, não ir a campo para constatar, não viver a vida, apenas pensá-la e idealizá-la. Atitude que é bom, nada. É a mesmice da paralisação e da falta de resultados. Mesmice de frustrações por não ter coragem de tentar algo novo, que fuja aos padrões, mesmice do que caducou, expirou, já era. Mesmice na insistência do que se arrasta, mesmice de pesos mortos, de relações insatisfatórias, de trabalhos entediantes, de muito papo furado, da falta de presença, de consideração e respeito. Mesmice de falta de bom senso, mesmice da ausência de diferencial, do inusitado, do novo. Mesmice de gente que passou e pensa que ainda está. Mesmice da aporrinhação, do blablablá, do pessimismo e da falta de iniciativa. Mesmice da superficialidade, do conhecimento mal empregado e da falta de sabedoria, mesmice da hipocrisia, de tudo o que não tem conteúdo, não acrescenta e atrasa o que poderia ser diametralmente oposto. Mesmice da falta de perspectiva e de metas, do sonho de um futuro próspero, mesmice de picuinhas e de tudo o que está ultrapassado. Mesmice é tudo o que não dá mais para suportar.
Nota do Editor: Sayonara Lino é jornalista, com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atualmente finaliza nova especialização em Televisão, Cinema e Mídias Digitais, pela mesma instituição. É colunista do Literário e também do Sorocult.com.
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