Dias atrás eu estava sentindo uma ansiedade incômoda, antecipatória, um grande medo de que algo muito importante não saísse como esperava. Fiquei pelo menos uma semana com um aperto sufocante no peito, pois àquela altura estava angustiada, vivenciando um conflito. Perdi tempo, abalei minha saúde e não resolvi a situação, pois o êxito definitivamente não dependia de mim. Resultado: tudo correu bem, não senti o que imaginava, gastei minhas emoções desnecessariamente. Estou muito melhor agora, pois encarei a situação de frente, vi que não era nada demais e ganhei autoconfiança. Enfiar a cabeça no buraco feito avestruz para não encarar o mundo ou sofrer por antecipação, com receio do que virá pode ser muito mais sofrido do que abraçar o novo e aceitá-lo. Melhor enfrentar e sentir-se vivo e participativo. A fuga é uma espécie de morte, ou pelo menos um anestésico que nos tira do ritmo natural. Inúmeras mudanças acontecem, algumas mais radicais, outras mais amenas. Se a transformação é inevitável, tentar conservar, segurar, traz aflição, coloca uma venda no momento presente. Viva bem, faça o melhor que puder, agora, em cada minuto, porque o seguinte ninguém sabe o que será.
Nota do Editor: Sayonara Lino é jornalista, com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atualmente finaliza nova especialização em Televisão, Cinema e Mídias Digitais, pela mesma instituição. É colunista do Literário e também do Sorocult.com.
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