Flexibilidade, palavra-chave para o desenvolvimento de boas relações, acompanhada por respeito e cordialidade. É preciso dobrar-se, ainda que seja necessário um grande esforço. Quando penso na palavra “rigidez”, imagino alguém paralisado e sem vida, sem um fluxo de emoções, sem atitudes, sem renovação. É apenas uma associação minha, mas ilustra bem certos comportamentos de pessoas que estão endurecidas, paradas lá atrás, num tempo remoto, onde foram felizes ou tristes. Não acompanham o ritmo das horas, dos momentos que são oferecidos para que tenhamos a oportunidade de mudar, e para melhor, sempre. Evolução deve ser a busca maior e a mente estagnada no pretérito é uma ilusão, são lembranças, é a memória que convida a todo instante. Aprendi com a maturidade garimpada paulatinamente que não há crescimento possível sem mudança de hábitos, perdão, discernimento e aceitação. Se você afirma que nunca mais vai voltar a falar com alguém, bem, pode até ser que isso aconteça. Em algumas situações a opção de abandonar a causa e partir para outro rumo é viável. Em outras, é fundamental o diálogo, uma abertura, para que um caminho possa ser pavimentado, porque não há como evitar. Nas relações familiares, onde amor e ódio, que são as duas faces de uma moeda, surgem para nos testar, é que o calo aperta. Porque o amigo pode partir, mesmo que doa; o trabalho, com o tempo pode ser substituído, outras oportunidades podem surgir; muda-se o namorado, o vizinho, mas os laços determinados pela genética e convivência são muito, muito fortes. Eu pensava que era só desligar-se e pronto, tudo resolvido. Não foi simples. Mudei minha forma de encarar os fatos com grande dificuldade e afirmo que é preciso muito jogo de cintura para contornar conflitos. Flexibilidade não tem a ver com submissão. É um aprendizado que fortalece e ensina a ser humilde e adaptativo. Cada caso é um caso, sei disso, mas é uma possibilidade que deve ser levada seriamente em consideração.
Nota do Editor: Sayonara Lino é jornalista, com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atualmente finaliza nova especialização em Televisão, Cinema e Mídias Digitais, pela mesma instituição. É colunista do Literário e também do Sorocult.com.
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