Eu adoraria acompanhar os telejornais diariamente, assistir ao repertório de notícias com a naturalidade de quem acorda e vai escovar os dentes, tomar um banho, um cafezinho e iniciar mais um dia. Mas a banalização da vida, a inversão de valores, a picaretagem, isso e muito mais está em evidência como sempre, por isso prefiro evitar e correr o risco de uma alienação temporária. Não posso fugir do que acontece e de um jeito ou de outro notícia ruim chega rápido. No momento, optei por dar um tempo. Bate uma impotência que chega a doer, uma perplexidade e uma angústia que causam mal estar. Sou sensível sim, e por isso mesmo não estou conseguindo digerir. Basta. Na internet vou separando as notícias, leio aos poucos e faço uma triagem. Quando desgraça pouca é bobagem, passo longe, busco outras coisas, algo mais leve que desperte sensações mais amenas, agradáveis. Só por uns dias quero brincar de ser a Pollyana Moça, vou fazer o jogo do contente, vou imaginar um mundo onde todos se respeitem e sejam menos egoístas, vou viver no escapismo de quem cansou de tanta perversidade.
Nota do Editor: Sayonara Lino é jornalista, com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atualmente finaliza nova especialização em Televisão, Cinema e Mídias Digitais, pela mesma instituição. É colunista do Literário e também do Sorocult.com.
|