Fui convidada para participar de uma rede de relacionamentos e fui conferir. Bacana, um conteúdo mais maduro, pessoas interessantes, amigos antigos, novas possibilidades. No começo bate uma empolgação, vontade de colocar várias fotos, é um território novo. Algum tempo depois a rotina vem e tudo está igual. Mesmo assim, gosto desses encontros virtuais, com moderação. Hoje, analisando meu próprio perfil em uma outra rede onde os brasileiros marcam presença, percebi a necessidade de pertencimento que as pessoas tem. Eu tinha quase duzentos “amigos” e não me comunicava nem com vinte. E o interessante é que muita gente faz questão de chegar ao limite máximo de contatos, ser popular, convidar conhecidos que viram uma vez na vida. Hoje em dia quem está fora parece que veio de outro planeta, parece isolado, com a cabeça em outro mundo. Como os valores andam invertidos e a carência em alta! Resolvi deletar minhas pegadas antigas na comunidade virtual e fiz um perfil novinho em folha, poucos convidados, apenas para manter as relações, encontrar quem não está por perto, dizer um “oi” para meus queridos. Ainda por cima alguém usurpou minha identidade, que abuso! Gosto quando encontro meus textos por lá, isso é muito bom! Ao vivo e a cores continua sendo muito melhor. Parece que estão todos unidos mas acho que tem solitários demais por aí. Conectar-se a algo palpável, tomar aquela cervejinha com os amigos, almoçar com a família, dar um abraço apertado é o que realmente nos traz a sensação de pertencermos ao mundo e a nós mesmos.
Nota do Editor: Sayonara Lino é jornalista, com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atualmente finaliza nova especialização em Televisão, Cinema e Mídias Digitais, pela mesma instituição. É colunista do Literário e também do Sorocult.com.
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