Nunca soube que escreveria versos, que contaria histórias, menos ainda que teria a ousadia de publicá-las. Não poderia imaginar que meus sentimentos crônicos poderiam tornar-se crônicas, um recorte de realidade, tantas vezes subjetivo, quase um desabafo. Foi necessário uma dose de desatino, mudanças, tropeços, portas na cara e um amadurecimento forçado para que tudo chegasse a este ponto. De um dia para outro, tudo havia sido mudado de lugar. Não houve opções, escolhas conscientes e elaboradas. Fui dividida para depois somar. Com o passar do tempo, depois de refletir sobre o rumo dos acontecimentos, concluí, certa e feliz que meus sonhos antigos dificilmente se concretizariam. A vida é mesmo assim: eu, atemporal, não poderia dar a manchete do dia.
Nota do Editor: Sayonara Lino é jornalista, com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atualmente finaliza nova especialização em Televisão, Cinema e Mídias Digitais, pela mesma instituição. É colunista do Literário e também do Sorocult.com.
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