“Você tem sede de quê, você tem fome de quê?” Ouço a antiga música que continua atual e penso sobre a motivação, qual a minha sede, qual a minha fome. Sede de viver bem, ajudar os outros, ter mais amigos, abrir espaço na cabeça e na agenda para que o novo chegue. Abandonar velhos pensamentos, neuroses, caduquices precoces, preconceitos, insanidades passageiras, mas que assustam os que estão ao redor. Sede de preservar o ambiente, cuidar da água, os recursos naturais não são eternos, é tempo de conscientização. Preservar também tudo o que angariei em tanto tempo, aprendizados eternos, sede de não deixar as fontes de prazeres duradouros secarem. Fome de abraçar o mundo como abraço as pessoas que amo, de matar a fome dos que não tem o alimento concreto, o essencial à sobrevivência, fome de acalentar minha alma e a de quem mais precisar e permitir. Fome de acabar com a violência que existe em cada um, pois todos são duais, mas alguns escolhem ocultar as sombras e enaltecer a claridade, genitora do discernimento. Fome de não magoar os outros e não me aborrecer com as mesquinharias humanas, que às vezes recebo de quem ainda está brincando de viver, embora a vida também tenha o apelo da diversão. Sede e fome, sentimos todos os dias. O alimento mais adequado, quem decide ingerir, física e psicologicamente, somos nós.
Nota do Editor: Sayonara Lino é jornalista, com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atualmente finaliza nova especialização em Televisão, Cinema e Mídias Digitais, pela mesma instituição. É colunista do Literário e também do Sorocult.com.
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