Observando as fotos arquivadas aqui em casa, fui juntando cada pedacinho de tempo e hoje vejo como sou feliz, quantos momentos mágicos vivi, com quantas pessoas compartilhei, o quanto ri e chorei, além de ter quebrado a cara um monte de vezes, para depois entender que apesar de ter minhas razões, não precisava ter reagido tão mal. O tempo nos distancia dos fatos e nos dá a dimensão dos mesmos. Nem maiores, nem menores, simplesmente o tamanho que tem, alguns mais largos, outros estreitos. Às vezes são tantos sentimentos misturados, é como se um labirinto nos encurralasse e nos deixasse sem norte. Estranho, não conseguia enxergar uma saída porque as emoções me devoraram. As imagens congeladas, algumas com o meu olhar, outras com olhares emprestados, trouxeram uma lucidez que eu buscava havia tempo. Contemplei cada uma, lembrei-me da época de todas elas, o que trouxe uma mistura de nostalgia e alívio, pois hoje a paz está presente. Amanhã comprarei pilhas novas para minha antiga câmera. Muitas coisas estão para acontecer e eu estarei atenta. Quero ter a mesma sensação daqui a algum tempo, de que tudo passa, seja bom ou mal, e que a cada dia, estou ainda melhor.
Nota do Editor: Sayonara Lino é jornalista, com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atualmente finaliza nova especialização em Televisão, Cinema e Mídias Digitais, pela mesma instituição. É colunista do Literário e também do Sorocult.com.
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