É incrível a diferença que a luz provoca em um ambiente. Quem me conhece sabe que eu tenho uma pequena frescura, não sei muito bem o motivo mas não consigo ficar à vontade em bares ou restaurantes onde há lâmpadas fluorescentes. Sei que é econômica, faz uma diferença incrível no fim do mês, é necessário. Mas não resisto ao charme dos lugares onde a iluminação é mais sutil, acho que confere uma sensação de aconchego e proteção. Cada um com sua mania, essa é uma das minhas. Sempre troco a iluminação do meu quarto. Para ler uso um abajur com uma cúpula grande, ilumina bem, mas apenas o suficiente para que eu enxergue sem forçar a vista. Já a escrita requer o menorzinho, que ameniza a claridade e dá apenas um toque, parece luz de vela, sem exagero. Aliás, vela dá um texto à parte, adoro, tenho paixão por elas. Ontem vi uma com a face do Buda, tão linda! Acredito no poder das pequenas coisas, tão simples e que podem fazer a diferença tornando um lugar prazeroso, o lugar que continua sendo o mesmo, o antigo quarto, com o mobiliário da época em que meus pais casaram, onde faço tudo do jeitinho de sempre, meu ninho. Nem sempre precisamos mudar de local, viajar, sair, badalar para sentir prazer. O simples fato de estar aqui, agora, escrevendo esta crônica na penumbra me deixa feliz. Minha cachorrinha até dormiu, já é tarde e o sono chegou. Viva a meia-luz!
Nota do Editor: Sayonara Lino é jornalista, com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atualmente finaliza nova especialização em Televisão, Cinema e Mídias Digitais, pela mesma instituição. É colunista do Literário e também do Sorocult.com.
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