Não sei se é apenas comigo que andam acontecendo episódios estranhos, então preciso compartilhar mais uma de minhas reflexões. Desde que o mundo é mundo existem conflitos, competições, por tudo, por coisa nenhuma. As questões centrais giram em torno das necessidades do ego, então tem gente que apela mesmo. Não são todos, claro, mas a coisa está tomando largas proporções.

A crise chega, mexe com o bolso e o psicológico de milhares de criaturas, e aí é hora de administrar as mudanças. Quem é extremamente materialista, vaidoso, apegado, inflexível, vai sofrer mais. Estou observando pessoas boas, generosas, sensatas, descambando para a agressividade verbal, intolerância, obsessões, perseguições, quase um surto. Parece que de repente ficou todo mundo bipolar. Pena que não enveredei para o campo da psiquiatria, da psicologia. Teria sido menos pior.

O mundo está ao contrário, você reparou? Ou será que também estou tomada por alguma influência externa que surgiu com a crise global e as variações climáticas? Acho que não. Estou bem, cada vez mais lúcida, o que é preocupante quando muita gente está do avesso.

Quanto maior a tempestade, maior o cuidado, atenção redobrada. Ações extremas, violentas, desatinadas, geram novos problemas, um círculo vicioso maléfico, uma roda viva que não agrega, apenas desnorteia.

Não é hora para desequilíbrios internos, o momento é de reavaliação de valores, de atitudes responsáveis, de solidariedade. Não vivemos impunemente, os inconvenientes dos erros que cometemos por aí afora voltam e batem à nossa porta, não há como esquivar-se e terceirizar o serviço. É fácil falar que o inferno são os outros, mas a verdade é cada um constrói sua realidade com cada atitude mínima, quase sem perceber.

Chega de atirar pedra em quem não merece, de usar os outros como válvula de escape, de não assumir os erros. Ah, e por favor, não leve mal: essa crônica não é destinada a alguém em especial.